sábado, 10 de março de 2012

Pombagira Menina

Essa menina doce e meiga, de olhar oriental, nasceu em Myanmar (Birmânia), no sul da Ásia, no ano de 1838 - na época uma colônia britânica.  Seu nome aqui no Brasil, seria algo assim como "Swang Pi".
Em sua tribo as mulheres não alongavam os pescoços com colares (como na Tribo das Mulheres Girafas). Quando eram prometidas em casamento, elas usavam uma pesada tornozeleira. Depois, para mostrar o compromisso, elas apenas tatuavam a pele.
Aos nove anos, foi vendida por seus pais a um grupo se soldados britânicos. Eles pensaram que a vida dela seria melhor em outro país, onde ela teria maiores oportunidades. Mas, ela foi comprada para servi-los de todas as formas.
Então, desde cedo, juntou-se a outras meninas que se tornaram escravas sexuais de seus tutores. Além de cozinhar, lavar e servir, elas deviam manter-se asseadas e bonitas, pois quando eram procuradas deviam estar dispostas a servi-los bem.
Foi assim que, com apenas doze anos de idade, Swang já conhecia o mundo dos adultos. Para fugir dessa realidade, aprendeu a consumir bebidas e a usar a pinang - uma espécie de planta misturada ao tabaco - que servia como estimulante.
Com apenas treze anos de idade, toda a sua noção de vida real havia se perdido e ela vivia entre a bebida, a droga e o sexo. Desencarnou antes de completar quatorze anos. Ela teve ataques epiléticos, por conta de uma mistura de bebida, noz de areca e outros alucinógenos.
Swang acordou no Plano Espiritual, em meio a espíritos sofridos, sem saber o que lhe havia acontecido. Uma avó que lhe amava muito lhe socorreu e levou-a a um Hospital Espiritual.
Quando recuperou sua memória e sua decência, quis entender sua trajetória de vida. Pediu para trabalhar com meninas que, assim como ela, perderam toda a inocência antes da puberdade.
A partir de então, ela passou a visitar diversos lugares no mundo inteiro, onde haviam meninas que passavam pela mesma situação que a sua.
Por conta disso, veio parar no Nordeste Brasileiro e conheceu as meninas que também se tornavam escravas sexuais desde cedo. Pediu para ficar nesta terra e fazer parte de um novo trabalho.
Conheceu a Seara do Caboclo Sete Encruzilhadas e percebeu que poderia ajudar, sem ser julgada ou condenada. Poderia ser ela mesma e simplesmente trabalhar...
Assim como ela, existem outras meninas com suas histórias de dor e sofrimento e que também trabalham como Pombagiras Meninas na Umbanda Sagrada.