quinta-feira, 31 de maio de 2012

Pombagira Mamba Negra

 

Essa Pombagira nasceu e viveu toda a sua vida no oeste Africano, no lugar que atualmente recebe o nome de Libéria.
Essa região é considerada uma Região Subsaariana, por ser localizada mais ao sul do Deserto do Saara. 
Na época em que ela nasceu, inúmeros Povos Nômades  habitavam o local...
Nesse local, por ser uma região desértica, diferentes tipos de animais peçonhentos desenvolviam-se com frequência.
Ela pertencia a uma das Tribos mais temidas e respeitadas, devido aos costumes aborígenes de encantar e domesticar cobras. A preferida por todos os nativos era a famosa Mamba Negra (Oró Ejó Dudu), uma serpente extremamente venenosa.
Nessa vida terrena, essa Pombagira era conhecida por todos na Tribo como Dudu Ejó Obinrin (Feiticeira das Cobras Negras ou Feiticeira Negra).
Ela havia herdado de seus antepassados o conhecimento da magia. Seus Ancestrais eram descendentes das famosas Iya Mi Ajé, a Tribo das Mães Feiticeiras.
Dudu, como era chamada por alguns nativos, sabia manusear todos os venenos e conhecia todas as  poções.
Ela também sabia extrair das plantas da região os remédios necessários para a cura das enfermidades.
Nessa vida ela morreu antes de completar trinta ciclos de lua. Sua Tribo entrou em guerra territorial com outra tribo nômade e ela morreu trespassada por uma lança envenenada.
Atualmente, após outras existências e outras aprendizagens, Dudu foi chamada a trabalhar como Guardiã dos Mistérios, ou seja, como uma Pombagira...
Dessa forma, ela trabalha na Linha de Oxóssi, manuseando as energias malévolas que se instalam na aura dos consulentes devido à magia negra.

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Cigana Tsara: a Princesa do Oriente!

Tsara nasceu em 1302 de uma tribo de Oguzes, na antiga cidade de Constantinopla, na Turquia. Seu pai fazia parte do Alto Califado do Oriente Médio e prestava favores à dinastia de Osman da Tribo de Otam, pela conquista que ele estabeleceu no oeste da Anatólia.
Ela era a caçula de sete filhos, sendo a única mulher, descendente da terceira esposa de seu pai e por isso era considerada a "Princesa da Casa". Tsara foi prometida em casamento desde o seu nascimento, a um dos filhos do príncipe Osman: Hamid.
Seu marido, assim como seus irmãos tornaram-se conquistadores. Ele era um grande guerreiro, mas Tsara sempre clamava a Allah pela vida dos inocentes. Tentou convencê-lo inúmeras vezes de agir brandamente ao conquistar as terras alheias. Orthan, filho de Osman e irmão de Hamid, tornou-se um dos maiores líderes de seu tempo.
Tsara viveu o que toda a mulher do Islã vive e acompanhou todas as batalhas sem nunca interferir; porém, pedia sempre pela vida das mulheres e das crianças órfãs. Quando seu esposo pensava em matar os homens de outras tribos, ela lhe dizia: "Não os mate, torne-os soldados e eles te respeitarão!" E assim, o império cresceu, talvez pela força dos homens de Orthan, talvez pela delicadeza de suas esposas.
Tsara aprendeu muito nessa vida; principalmente a humildade que uma mulher do Islã deve ter. Teve cinco filhos e viveu somente para o marido.
Quando ela desencarnou, seguiu sua jornada evolutiva auxiliando outras mulheres a servir o próximo com sabedoria e paciência.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Cigano Josué e Cigana Surya...

O Corsário e a Dançarina!

Na Umbanda Sagrada, cada entidade espiritual que se apresenta para o trabalho possui suas particularidades e sua história de vida, mesmo atuando em Falanges onde assumem um único nome.
Os Ciganos que pertencem ao Povo Cigano, costumam apresentar-se com nome, sobrenome e contar detalhadamente sua última vida na terra.
E assim é com o Cigano Josué, o Corsário... E com Surya, a dançarina.
Ele nasceu nos Emirados Árabes, era um mouro que sabia locomover-se nas areias escaldantes do deserto Saara e nos mares que circundavam a Ásia, a Europa e a África.
Ele podia passar a fio de espada qualquer invasor, confiscar bens e se apossar de navios em nome do Sultão e do Palácio.
Ele era contratado do Governo Saudita para impedir a entrada de invasores nas terras da Arábia. 
Josué viveu muito e viajou muito. Conheceu do mundo tudo o que lhe foi permitido conhecer. Fez amigos e inimigos por onde passou. Sua história era uma lenda e o temiam.
Josué podia ter quantas mulheres quisesse, mas amou apenas uma: Surya, a feiticeira de seu coração... Com quem teve três filhos e quatro filhas.
Foi um homem de privilégios e serviu ao sultão por trinta anos, tanto navegando, quanto escoltando por terra seus comandados e protegidos.
Quando retirou-se do mar, entregou seu cargo a um de seus filhos e viveu seus últimos anos em um Oásis na Costa Egípcia.
Josué e Surya foram felizes e viveram uma vida longa e próspera...
Ao desencarnar, Josué tornou-se um Guardião Espiritual a serviço do Reino do Oriente. Surya reencarnou mais duas vezes; em uma delas foi odalisca nas terras da Pérsia (Irã) e depois viveu entre o povo Rom Cigano na Europa.
Tanto Surya, quanto Josué passaram a servir a Umbanda Sagrada representando tanto o Povo do Oriente, quanto o Povo Cigano.

domingo, 27 de maio de 2012

A importância do trabalho de um Cambone!



"Quem não vive para servir, não serve para viver..." Esta frase expressa oportunamente o trabalho de um cambono (cambone ou cambona).
A etimologia da palavra cambone tem origem no Kimbundo "kamona" e significa, simplesmente, filhinho. Nos dicionários possui duas aplicações: ajudante de Pai ou Mãe de Santo ou indivíduo simpatizante da Religião.
O trabalho de um cambone na Umbanda, equivale igualmente ao trabalho de um Ogan ou de uma Ekedi no Candomblé. Entretanto, as funções são bem distintas.
Para as Nações de Candomblé, a função de um Ogan ou de uma Ekedi é mais importante que a função de qualquer pessoa dentro de um Terreiro. Pois é ele quem domina todos os conhecimentos e pode adentrar em qualquer recinto.
Da mesma forma na Umbanda, o Cambone é a pessoa de maior valia dentro de um Terreiro; afinal, é ele quem auxilia a todos em qualquer situação ou necessidade.
Cambonar (alguns escrevem cambonear) é o mesmo que preparar, auxiliar, ajudar, servir ou amparar...
Cambono é o nome dado para a pessoa que possui mediunidade sem manifestar a incorporação. No entanto, sente e pressente igualmente as vibrações das Entidades.
É necessário compreender e aceitar que a função de um cambone jamais será temporária. Para muitos médiuns ela será definitiva, porque essa é a missão de vida daquele espírito.
Muitos médiuns enquanto são preparados para a incorporação podem auxiliar o Terreiro como cambones. Dessa maneira, podem aprender melhor como funciona toda ritualística. Contudo, essa função é específica de alguns médiuns. Pois, assim como no Candomblé, na Umbanda também desenvolve-se a "Cambonagem".
A presteza e a prudência de um Cambone valem ouro e brilham mais que diamante! Sua fidelidade à Casa e aos Mentores Espirituais é o maior tesouro que o espírito camboneiro carrega...
A saída de um médium da Corrente Mediúnica pode balançar temporariamente a Casa, mas a saída de um Cambone pode ocasionar a perda de um elo importantíssimo para o Terreiro.
O médium pode ser substituído por outro que queira desenvolver, mas um cambone de valor jamais será substituído! Por isso, o trabalho de cambonar deve ser honrado e valorizado por todos!
Os Guias e Mensageiros sabem que podem contar com a sua extrema dedicação e também com o seu imenso caráter zeloso.
Por tudo isso, o cambone possui um dia somente seu... O dia do Cambono comemora-se em 27 de maio. À eles todo o nosso apreço!

terça-feira, 22 de maio de 2012

Mestre Boiadeiro

Algumas pessoas desconhecem que uma Entidade ao se apresentar na Umbanda possui nome, sobrenome, ponto cantado, ponto riscado, agrupamento ou Falange, Linha de trabalho e atuação, entre outras características.
Além de toda a apresentação que a Entidade faz, ela também possui sua história particular de vida e pode relatar sua última encarnação ou outra que desejar... Observando esses aspectos, a Entidade se preserva e comprova que é um verdadeiro trabalhador da Seara Umbandista ou de uma das Nações Africanas. Um espírito sem treinamento (quiumba ou obsessor) não possui esses predicados e conhecimentos.
Essa Entidade em questão, é um "Encantado da Jurema". Ele trabalha na Encantaria, no Catimbó e na Jurema, mas também pode atuar na vibração da Umbanda, na Falange dos Boiadeiros. Os Encantados são espíritos que se transformaram ou "transfiguraram", deixando para trás sua roupagem terrena e assumindo uma nova roupagem fluídica.
Um Mestre Boiadeiro é o Chefe da Comitiva de Boiadeiros ou condutores de gado. Existe também o Mestre Vaqueiro, Chefe da Comitiva dos Vaqueiros, condutores de vaquejadas, etc. O Chefe dos Peões é aquele que comanda a "peãozada" (ou peonada), na lida com cavalos e nos trabalhos braçais em geral.
Todo boiadeiro, vaqueiro ou peão possui uma coisa em comum: a fé. Todos, sem exceção, acreditam em Deus (Pai Maior), em Jesus (Pai Menor) e em Maria (Nossa Senhora ou Nossa Mãe). Enfim, na lida do campo e da roça existem muitos trabalhadores abnegados cumprindo suas funções de servos do Senhor.

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segunda-feira, 21 de maio de 2012

Boiadeiro Zé do Laço

José Aparecido nasceu em Sorocaba-SP. Moleque, ainda, já acompanhava seu pai na lida como bandeirante à serviço dos portugueses. Ele era um mameluco. Seu pai era português e sua mãe uma índia tupinambá trabalhando para os brancos.
Quando José tornou-se adulto, seu pai o levou para as campinas do Rio Grande do Sul; era o ano de 1780 e os portugueses já haviam dominado quase todo o sul do país.
José ouviu falar da guerra que ocorreu entre os índios e os brancos e da matança desmedida... Ele sentiu muita tristeza, porque parte de seu sangue era de índio.
Ao ver os pampas gaúchos apaixonou-se pelas pradarias, vegetação, o gado, as construções e decidiu morar nesse local. Era uma região entre São Miguel e São Borja e havia muito gado solto devido a revolta e fuga dos índios.
José desde cedo descobriu que era bom no laço e em pegar gado arrisco; então foi apelidado de "Zé do Laço". De bandeirante Zé passou a tropeiro e de tropeiro passou a boiadeiro. Adquiriu um terrinha nas cercanias de São Borja e passou a cuidar do gado para os bandeirantes paulistas.
O sul ainda era uma terra sem lei e a disputa entre espanhóis e portugueses ainda era visível. Por isso, Zé andava armado e cercado de jagunços. Foi nessa época que Zé conheceu a índia Potira da Aldeia São Borja das Missões e decidiu roubá-la.
Antigamente, índio se pegava no laço e laçar era o que Zé fazia melhor. Então, ele "laçou" Potira e a levou para o seu sítio mas, isso desencadeou uma pequena revolta e uma luta se travou entre os jagunços e os irmãos de Potira.
Os dois lados perderam, pois morreram homens de ambas as partes. Zé quedou em combate atingido no peito. Mas, ainda conseguiu dizer a Potira: Eu também sou índio!
Potira voltou ao acampamento, mas carregava em seu ventre uma criança gaúcha. O filho de Potira cresceu catequizado pelos Jesuítas e mais tarde lutou na Revolução Farroupilha.
Zé do Laço passou a trabalhar na Falange dos Boiadeiros, sob o comando da Linha de Oxóssi. Ele tornou-se mais um trabalhador espiritual da Umbanda...

sábado, 19 de maio de 2012

Quem são os Marinheiros na Umbanda Sagrada?

Os Marinheiros atuam, normalmente, na Linha das Águas (junto de Oxum e Iemanjá). Eles realizam passes de cura e descarrego, fluidificando e energizando o médium e a assistência. Incorporam balançando, como o balanço das águas e com muita alegria e receptividade ajudam no equilíbrio energético do ambiente. Sua saudação é "Acosta Marinheiro! Ei Marujada! Salve os Marinheiros!"
Aqui segue a história de um marinheiro que foi marujo em um navio mercante espanhol. Ele viveu no século XVIII e navegou os Sete Mares. Seu nome era José Mário Hernandez e tinha apenas 14 anos quando foi trabalhar no mar para alimentar os sete irmãos mais novos. Seu pai tinha sido capitão e morreu em alto mar. E ele, como irmão mais velho, assumiu a responsabilidade de cuidar da família. Seu soldo (pagamento) era enviado diretamente à família. Viajando ele aprendeu como funcionava a vida no mar, conheceu terras longínquas, culturas diferentes, com outros costumes. Quando iniciou no navio, achou que não se acostumaria a essa nova vida, mas em pouco tempo sentiu que o mar era sua vida, pois a cada dia havia uma novidade.
José Mário amadureceu, cresceu e tornou-se homem no navio. Fez amigos e foi acolhido como um irmão por todos. Num navio os marujos são muito unidos e se defendem, mas se há algum traidor ele logo é dispensado. José Mário passou o melhor e o pior de sua vida no mar. Com 27 anos se tornou o imediato do navio e auxiliava o capitão em suas tarefas. Como sabia ler e escrever, isso fez diferença na hora de assumir seu posto. Em uma viagem para a Costa do Marfim em busca de ouro, o navio foi atacado por piratas e saqueadores. A ordem era sempre defender o navio e a carga, mesmo que isso custasse a vida. E foi com a vida que o capitão defendeu sua marujada e seu navio. José Mário assumiu, então, o posto de capitão e tornou-se o chefe do navio e de sua tripulação.
No decorrer dos anos José conheceu o amor de sua vida: uma camponesa que vendia flores no Porto de Marselha. Casaram-se e tiveram dois filhos, um casal. Ele permaneceu no cargo de capitão por mais de vinte anos. Em uma noite, ao sul da África, foram atacados por piratas e traficantes que se uniram para saquear a carga de pedras preciosas que o navio transportava. Assim como seu capitão, José Mário também tombou em combate, para salvar a carga e sua tripulação. Antes de dar o último suspiro pediu à Rainha das Águas que recolhesse seu corpo e lhe permitisse trabalhar depois de morto, mesmo que fosse em um navio fantasma. E assim foi que José tornou-se um Marinheiro no Plano Espiritual e passou a atuar na Umbanda Sagrada.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Caboclo Ventania: aquele que corre como o vento!

O Caboclo que nos contou essa história viveu no sul do Brasil, entre os anos de 1623 e 1700, em uma das Aldeias dos Sete Povos das Missões.
Muitos bandeirantes paulistas infiltraram-se nas terras gaúchas, buscando suas riquezas e expulsando índios e jesuítas.
As vilas que foram construídas pelos jesuítas espanhóis tinham a intenção de catequizar os índios, para evitar seu extermínio pelos conquistadores europeus. Mesmo assim, a disputa entre os portugueses e os espanhóis pelo sul das Américas dizimou muitos índios.
Esse índio guarani possuía a habilidade de se locomover com destreza entre as planícies geladas do sul e podia ir rapidamente de uma vila a outra. Por conta dessa habilidade, os jesuítas lhe davam a missão de levar mensagens e conduzir em segurança aqueles que trabalhavam nas vilas.
Ele também era um excelente coletor, caçador e condutor e, por isso, lhe chamavam: APUAMA (aquele que não para em casa; aquele que é veloz).
Ele foi um índio que dedicou sua vida a servir seus irmãos. Após sua morte, tornou-se mais um trabalhador do Reino da Jurema... Passando a atuar nas Linhas de Yansã e Ogun, sob a égide do nome "Ventania"!

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Caboclo Sete Montanhas: o Protetor das Américas!

O Mistério do Caboclo Sete Montanhas da Linha de Xangô encobre diversos mistérios. Um deles, é que o nome "Sete Montanhas" refere-se a toda Grande Cordilheira de Montanhas das Américas, como a Cordilheira dos Andes, o Grand Canyon, a Serra Gaúcha, a Serra da Mantiqueira, entre outras...
Pense bem, se você subir ao alto de uma montanha conseguirá visualizar ao longe toda a planície e sua formações. Agora, imagine, subir em "sete montanhas", o quanto você poderá visualizar...?
Porém, não é só de visualizações que estamos falando mas, de "sentir" a atmosfera, o relevo, a vegetação e tudo o que nos cerca. Esse é o mistério que envolve o Caboclo Sete Montanhas e toda a abrangência de seu nome! Ele é aquele que carrega consigo todo o mistério de seu povo.
Esse Xamã viveu no século XIV, na região de Yucatán. Ele é um legítimo descendente dos Maias! Enquanto liderou seu povo como Xamã-chefe, procurou preservar seus costumes e manter sua tradição. Para sua missão de Cacique e Xamã lhe deram o nome de Yulkawin, que significa força.
Os Maias eram exímios escultores, excelentes matemáticos, escribas inteligentes e sábios astrônomos. Suas análises do clima, dos movimentos planetários, das mudanças geográficas, perduram até hoje e surpreendem pela lógica e exatidão!
Eles viviam em pirâmides, construídas em platôs, ou casas de pedras. Cultuavam o Sol e a Lua, falavam de povos que habitavam as estrelas e acreditavam na imortalidade do espírito. Confeccionavam objetos e utensílios domésticos com extrema habilidade.
O Cacique Yulkawin cumpriu sua missão de condutor da raça Maia, antes da ocupação espanhola. Ele avisou seus filhos que viria um conquistador de terras longínquas, em busca das riquezas de seu povo. E pediu a eles que se preparassem para lutar ou para fugir...
Ao todo, Yulkawin viveu 110 anos em paz com seu povo e sua raça. Quando estava para desencarnar, ele subiu ao morro mais alto para seu espírito repousar...
Porém, Yulkawin jamais repousou! Seu espírito acompanhou com tristeza o extermínio de muitas tribos! Até hoje, esse Caboclo chora, ao recordar o que seu espírito viu, após a chegada do homem branco...
Então, ele decidiu trabalhar pelo seu povo. Ele tornou-se um dos protetores de toda a raça indígena das Américas. Foi assim que Yulkawin tornou-se "Sete Montanhas".

domingo, 13 de maio de 2012

Como Iemanjá cuidou de Obaluaiê?

Conta a Lenda que Nanã teve um filho com Oxalufan... E que ela andava desconfiada e nervosa com Ele. Como sua gravidez foi complicada, ela gerou um filho doentio, mirradinho e com aparência frágil. Não sabendo como cuidar do filho, levou-o para Iemanjá, que já era mãe de muitos filhos e tinha experiência no trato com crianças. Assim, Nanã deixou Obaluaiê nas cavernas à beira-mar, para que o mesmo fosse criado pela Mamãe Sereia.
Iemanjá cuidou de Obaluaiê com todo carinho. Ele cresceu, curou-se e saiu pelo mundo. Como Obaluaiê sempre viveu em uma caverna, ele nada conhecia do mundo. Por isso, com medo que sua aparência não agradasse aos demais, teceu uma roupa toda de palha da costa e enfeitou-a com búzios. Obaluaiê andou pelo mundo, morando em diversos lugares e aprendendo muitas coisas em suas andanças.
Em sua jornada, Obaluaiê conheceu todos os demais Orixás e com cada um deles adquiriu um conhecimento diferente. Assim, Obaluaiê andou com Exu pelas Estradas, lutou ao lado de Ogun nas Guerras, conviveu com Oxóssi nas Matas, visitou as Águas de Oxum, conheceu as Pedreiras de Xangô, encantou-se pela Justiça de Yansã, desvendou os Mistérios de Ifá, visitou o reino de Oxalá e foi rever sua mãe Nanã.
Nanã soube que o filho estava crescido e pensou que ele não a perdoaria. Um dia, levantou-se do seu leito à beira da Lagoa mais barrenta do Reino de Oyó, e deparou-se com Obaluaiê. Nanã estava triste e só, porque seus outros filhos tinham crescido e partido para reinos distantes. Obaluaiê abraçou a mãe e agradeceu-a por ter lhe deixado aos cuidados de Iemanjá. Graças ao amor de Iemanjá, ele estava curado.
Nanã ficou feliz por perceber a gratidão de seu filho e o convidou a morar com ela à Beira da Lagoa. Obaluaiê conviveu com Nanã por muito tempo e depois retornou ao Reino do Mar para reencontrar sua Mãe Iemanjá. A Sereia do Mar percebeu a mudança no filho... Então, presenteou-o com colares das pérolas mais brancas e das pérolas mais negras do fundo do mar.
Agora quem vê Obaluaiê, percebe Nele dois colares trançados de contas brancas e contas negras. Ele continua a usar sua roupa de palha da costa, mas já sabe que está curado. Por conta de todo o seu conhecimento, Olorun presentou-o com o Dom da Cura de todos os males da Terra e tornou-o um Orixá. Obaluaiê é agora o Protetor dos humanos contra todas as doenças e contra as misérias terrenas.

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sábado, 5 de maio de 2012

Cabocla Jacyara: uma Encantada das Águas e da Lua.

Numa noite de lua cheia, com céu bem brilhante, a Aldeia foi presenteada com dois belos presentes: o nascimento de uma linda indiazinha e o clarão da lua refletido nas águas do Rio Amazonas.
Os índios sabiam que isso era um sinal... A pequenina pertencia às duas mães: à Mãe Iara, a Senhora das Águas e à Mãe Jacy, a Dona Lua. Então, seus pais lhe deram um nome que agradasse as duas Divindades: "Jacy-Iara".
A pequenina índia cresceu e pareceu adivinhar seu nome, porque sempre apontava pro céu em noite de lua cheia ou, então, corria pras águas e se jogava!
Enquanto ela não sabia nadar, seus pais acudiam prontamente. Mas, com o tempo, Jacyara (Jaciara) tornou-se um peixe na água.
Ela nadava e sumia nas águas do grande rio... Quando ela desaparecia, muitos diziam: "Um dias as Mães levam ela embora!"
Quando Jacyara tornou-se adulta, seus pais ficaram aliviados, porque a veriam casada em breve... Porém, o destino sempre encontra seu escolhido e Jacyara já tinha um destino!
A Aldeia estava em festa, porque as moças em idade de casar seriam escolhidas pelos índios solteiros da Tribo. A mãe de Jacyara, colheu flores para enfeitá-la e urucum para pintar seu lindo rosto.
Era noite de lua cheia e as índias saíram enfileiradas para se apresentar aos prometidos. A Tribo estava em festa, todos cantavam e dançavam felizes.
Jacyara saiu da Grande Oca, sentindo um estranho torpor em seu corpo. E seus olhos ficavam parados olhando para longe.
De repente, ela saiu em disparada porque viu as duas Mães juntas lhe acenando... A Mãe Jacy e a Mãe Iara estavam de mãos dadas lhe esperando.
Jacyara estava tão feliz! Correu para lhes abraçar e se jogou nas águas!
A Tribo ficou em silêncio, enquanto olhavam para a índia que corria e se jogava no Rio Amazonas!
Por um momento, ninguém nada entendeu... Mas, de repente, o Cacique Chefe de todas as Tribos da Aldeia falou: "As Mães vieram buscá-la para levá-la embora!"
Os pais de Jacyara correram até a beira do rio. Os índios correram para seus barcos. E todos procuraram ajudar... Mas, o corpo de Jacyara jamais foi encontrado.
Jacyara encantou-se após morrer, ou seja, seu corpo se transfigurou e ela se transformou... Ela se tornou uma Encantada.
Alguns dizem, que em noites de lua cheia, ela aparece na Aldeia vestida de luar... Sua aparência translúcida a sorrir para todos. Outros, já lhe viram pentear os cabelos nas margens do rio.
Por isso, quem vê Jacyara (Jaciara) observa duas aparências: em alguns momentos ela está vestida de branco prateado, parecendo um raio de luar; em outros momentos, ela parece uma Sereia das Águas Doces.
Sua transfiguração se deve ao encantamento das Duas Mães que a protegem e a acompanham...

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Jupira: a Cabocla Flecheira.

Essa índia guerreira viveu entre os índios Caetés, no interior do estado de Alagoas. Sua tribo praticava  diversos rituais incomuns, como o canibalismo pós-mortem.
Essa prática ritualística era utilizada como forma de preservar a força de sua raça. Dessa forma, eles acreditavam manter a energia vital dos guerreiros mortos.
Essa índia de nome Jupira, era veloz, inquieta e sabia manejar a lança como ninguém. Seu pai não gostava que ela se envolvesse em questões masculinas, mas não conseguia contê-la.
Ela era ardente como o sol e inquieta como o vento. Sua força e sua determinação contrastavam com seu corpo de mulher. Jupira gostava de ocultar-se nas matas para caçar, porque assim treinava suas habilidades de guerreira.
Porém, mesmo com toda a sua valentia, não conseguiu impedir que os portugueses invadissem suas terras... Foi uma selvageria! Eles investiram contra os índios com extremo furor. Alguns conseguiram se salvar fugindo e embrenhando-se no interior das matas.
A Cabocla Jupira quedou em combate, ao lado de seu noivo Juperê e de grande parte de sua tribo. Ela morreu fazendo aquilo que mais gostava de fazer: lutar! Atualmente, Jupira trabalha em uma das Sete Linhas da Umbanda Sagrada, como Cabocla Flecheira.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Cabocla Jupiara: Senhora das Plantas e das Águas.

Essa Cabocla nos contou a seguinte história:
Ela nasceu na Tribo dos Bororos, que viviam entre as terras do Alto Pantanal, no estado de Mato Grosso e da Serra do Caiapó, em Goiás. Seus pais lhe chamavam de Jupi-Iara, que quer dizer: Senhora das Plantas e das Águas
Sua tribo costumava se deslocar entre os Rios Paraguai e Araguaia, para coleta e caça. Eram amigos da Natureza, viviam em paz com outras tribos e não apresentaram problemas com a chegada do homem branco. Quando os jesuítas se instalaram, os Bororos auxiliaram seu trabalho na fundação de várias "Missões" e também deram suporte aos bandeirantes em suas viagens pelo interior das matas.
Jupiara gostava das mudanças que sua tribo fazia ao se deslocar pelas margens do rio e da floresta; assim, ela podia conhecer novas plantas e mais animais. A sua maior alegria era enfeitar-se com flores coloridas e conversar com as araras e papagaios da região. Ela gostava de usar grãos de sementes e frutas variadas para atrair os pássaros. Também gostava de sentar na margem do rio e alimentar os peixes só para vê-los mais próximos de si.
Ela não se considerava uma índia bonita, porém era simpática e inteligente e sabia interagir perfeitamente com outros costumes. Com isso, casou-se com um bandeirante, após a permissão dada por seus pais. Ela teve três filhos e faleceu de hemorragia, durante o terceiro parto.
Por seu amor à Natureza, Jupiara tornou-se uma Guardiã da Natureza. Seu espírito era visto por muitos índios, andando em meio a tribo ou à beira do rio... Seu espírito era visto, principalmente, após o nascimento de uma criança, ou depois da mudança da tribo.
Alguns diziam ver uma índia iluminada, cercada de diversas flores e araras. Eles alegavam sentir o perfume das flores e ouvir o canto dos pássaros nesses momentos... Assim, Jupiara seguiu trabalhando e tornou-se mais uma Cabocla da Umbanda Sagrada.

terça-feira, 1 de maio de 2012

As Muitas Mães "Marias"!


No mês de maio comemora-se o Dia das Mães no segundo domingo do mês, mas também, comemora-se o dia de São José Operário (o Pai terreno de Jesus) no dia 1°; o Dia de Nossa Senhora de Fátima no dia 13; o Dia de Nossa Senhora Auxiliadora no dia 24; o Dia de Nossa Senhora do Caravaggio no dia 26 e o Dia de Nossa Senhora da Visitação no dia 31. Portanto, esse é um mês de Maria e das Mães!
Joseph, em hebraico, significa "Deus cumula de bens". Em 19 de março, celebra-se a Solenidade de São José e todas as Igrejas espalhadas pelo mundo recordam sua santidade como Pai Terreno de Jesus. Como esposo de Maria, ele foi modelo de pai e esposo, sendo também protetor da Sagrada Família. São José foi escolhido por Deus para ser o Patrono de toda a Igreja de Cristo e sua data festiva é em 1° de maio.
Nossa Senhora de Fátima (ou Nossa Senhora do Rosário de Fátima) é uma das designações atribuídas à Maria. Ela apareceu aos três pastorinhos: Lúcia, Francisco e Jacinta, no dia 13 de maio de 1917 em Fátima, Portugal. A partir dessa data muitos milagres ocorreram e as pessoas passaram a rezar o terço com mais fé e confiança. Fátima é um dos locais de maiores visitações religiosas do mundo.
Nossa Senhora Auxiliadora, auxiliou Dom João da Áustria a afastar a invasão dos mouros sobre a Europa, no ano de 1571. Invocando a proteção da Virgem Maria, ele afastou o perigo que rondava seu reino. Em agradecimento, Pio V incluiu na Ladainha de Nossa Senhora o título de Auxiliadora dos Cristãos. Sua festa foi efetivada em 24 de maio de 1816, por Pio VII, depois de sua libertação do cativeiro de Napoleão Bonaparte.
Nossa Senhora do Caravaggio, apareceu na localidade de Caravaggio, Itália, em 1432, para uma jovem camponesa chamada Joaneta. Ela avistou uma linda senhora, que parecia uma rainha cheia de luz, amor e bondade. A senhora anuncia-se como Nossa Senhora e disse-lhe: "Tenho conseguido afastar do povo cristão os merecidos e iminentes castigos da Divina Justiça e venho anunciar a Paz. Peça ao povo que volte a fazer penitência, jejuar  e orar." A Itália passava por um período de guerras e desordem social. Até os dias de hoje, existe no local uma fonte de águas cristalinas, que recuperam a saúde de muitos doentes.
Nossa Senhora da Visitação é um dos títulos dados a Maria após ela dar o seu sim ao Arcanjo São Gabriel e visitar sua prima Isabel, durante a gestação de ambas. Nesse período a criança no ventre de Isabel agitou-se e ela disse: "Eis a Mãe do Salvador!" E Maria cantou o Magnificat, declarando: "Porque Deus olhou para sua pobre serva e, por isso, desde agora, me proclamarão bem-aventurada todas as gerações." Existe algo comum em todas as aparições de Nossa Senhora: as pessoas visualizam a sua beleza e a sua bondade; vêem sinais claros de milagres na natureza; e recebem sempre os mesmos pedidos de: oração, jejum e abstinência.
Quem conhece a Lenda de Obaluaiê sabe que ele nasceu doente e que Nanã entregou-o a Iemanjá, pedindo que Ela cuidasse dele com amor e carinho. Era costume na África antiga, mulheres mais velhas darem seus filhos às mulheres mais jovens, principalmente, para aquelas com muitos filhos. Acreditava-se que, assim, a criança seria curada. E de fato, Obaluaiê foi curado pelo amor de Iemanjá.
Nanã sincretiza com Santa Ana (mãe de Maria), que era casada com Joaquim. Na Umbanda, as Falanges dos Pretos-velhos utilizam os nomes de Joaquim, José, Ana e Maria... Por isso temos os muitos "Pais Joaquins" e "Pais Josés" e também as "Vovós Anas" e as "Vovós Marias".