domingo, 20 de janeiro de 2013

Os Caboclos de Oxóssi...


No dia 20 de janeiro comemoramos o Dia de São Sebastião, sincretizado com o Orixá Oxóssi. A Linha de Oxóssi, na cor verde, comanda todos os trabalhadores das Matas e possui muitas Entidades espirituais atuando nessa vibração.
Algumas dessas Entidades se tornaram mais conhecidas e são muito veneradas dentro da Umbanda Sagrada, como podemos citar: Caboclo Pena Branca, Caboclo Pena Verde, Caboclo Sete Penas, Caboclo Pena Dourada e que estão diretamente ligados às aves. A ave é um símbolo xamânico de redenção e elevação espiritual. Significa a "Grande Espiral Sagrada".
Mas, também existem outros Caboclos dessa linhagem: Caboclo Pena Azul, Caboclo Pena Roxa, Caboclo Pena Amarela, Caboclo Pena Vermelha, Caboclo Pena de Prata, Caboclo Pena Preta, Caboclo Pena Cinza, Caboclo Pena Carijó e Caboclo Pena Marrom.
Além dos Caboclos das Penas, temos os Caboclos das Plantas: Caboclo Sete Folhas, Caboclo Samambaia, Caboclo Folha Verde, Caboclo Junco Verde, Caboclo Serra Verde, Caboclo Guiné, Caboclo Arruda, Caboclo Tronco Verde, Caboclo Cipó, Caboclo Sucupira, Caboclo Ubatuba, Caboclo Seringal, Caboclo Mata Virgem, Caboclo Sete Matas e Caboclo Sete Ervas. Esses Caboclos são os mais conhecidos e atuam na vibração de cura pelas plantas. Eles são os Protetores Sagrados das Matas. Existem inúmeros Caboclos chamados de "Encantados" atuando na vibração das Matas e na Religião do Catimbó.
Outra linhagem de Caboclos que atua na Linha de Oxóssi, são os Caboclos das Cobras: Caboclo Cobra Verde, Caboclo Cobra Amarela, Caboclo Cobra Coral, Caboclo Cobra Branca, Caboclo Cobra Negra, Caboclo Cobra Sucuri, Caboclo Cobra Jiboia, Caboclo Cobra Urutu, Caboclo Cobra Cruzeiro e Caboclo Sete Cobras. A cobra no Xamanismo representa a busca por inspiração e sabedoria. E todo Caboclo dessa linhagem atua na Medicina da Alma, curando as mazelas do espírito.
A Linha de Oxóssi também possui os Caboclos caçadores e desbravadores, como: Caboclo Sete Flechas, Caboclo Flecheiro, Caboclo Arqueiro, Caboclo Capangueiro, Caboclo Caçador, Caboclo Atirador, Caboclo Laçador, Caboclo Arariboia, Caboclo Ubirajara, Caboclo Javali, Caboclo da Pantera, Caboclo Onça Pintada, Caboclo Águia Dourada, etc... E também os Caboclos que trabalham com Pajelança: Caboclo Feiticeiro, Caboclo Curimbeiro, Caboclo Mandingueiro, Caboclo Milongueiro, Caboclo Curupira, etc. Todos esses Caboclos auxiliaram no desenvolvimento e na evolução de sua Raça, pois foram os precursores em sua Tribo, no contato com novas Civilizações. Como Guias Espirituais eles atuam no despertar da consciência mediúnica.
Assim como existem os Caboclos de Oxóssi, também existem as Caboclas. Elas assumem nomes diferentes dos Caboclos porque viveram e vivem em uma Cultura onde o homem caça, pesca e sustenta, enquanto a mulher cuida das roupas, da comida e dos filhos. Poucas índias puderam se sobressair em seu meio. Mas, aquelas que lutaram deixaram seu nome na história.
Como exemplo de Caboclas de Oxóssi temos: Cabocla Jurema, Cabocla Juremeira, Cabocla Jupiacy, Cabocla Jupira, Cabocla Jacira, Cabocla Jupiara, Cabocla Jupissiara, Cabocla Pena Rosa, Cabocla Rosa Branca, Cabocla Serena, Cabocla Açucena, Cabocla Pássaro Azul, Cabocla Ipê, Cabocla dos Pinheirais, Cabocla do Sertão, Cabocla das Cobras, Cabocla Favo de Mel, etc. Muitas são Chefes de Falange e muitas trabalham em outras Falanges também, por isso, assumem nomes semelhantes aos Caboclos com quem trabalham.
Em nosso Blog procuramos publicar as histórias que nos são "ditadas" pelas Entidades e conforme Elas nos solicitam. As histórias dos Caboclos: Cobra Coral, Cobra Amarela, Capangueiro, bem como, das Caboclas: Jupira, Jupiara e Jupissiara já estão publicadas nesse site. Nas próximas postagens escreveremos sobre os Caboclos e Caboclas das outras Linhas. Okê Oxóssi! Okê Caboclo! Okê Bamboclinho! Okê Bamba O'clima! Okê Arô... Arolé Oxóssi!

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Sepé Tiaraju

Hoje, em homenagem ao Dia de São Sebastião, compartilhamos nesse Blog a história de "São Sepé" ou Sepé Tiaraju.
Sepé foi um índio tupi-guarani, que viveu em um Aldeamento Cristão, chamado Sete Povos das Missões, onde foi batizado com o nome de Joseph, após ficar órfão. Ele era inteligente, bom combatente e excelente estrategista. Falava perfeitamente seu idioma e os idiomas dos brancos.
Os jesuítas e os índios viviam em paz e harmonia na região, trabalhando juntos pelo progresso da terra. Espanhóis e portugueses lutavam para dominar o território gaúcho, que já possuía sua própria cultura e história. Os conquistadores tinham interesse na riqueza acumulada pelos nativos.
Através de tratados, espanhóis e portugueses trocaram os Sete Povos das Missões pela Colônia Sacramento, obrigando 50 mil índios cristãos e todos os jesuítas a abandonarem suas cidades, igrejas, lavouras e fazendas, onde criavam gado, equinos e outros animais.
Na época em que Portugal dominou o território rio-grandense, já havia nele uma população e uma cultura nativa da terra, denominada cultura gaúcha, principalmente na região da Campanha, onde hoje se encontra a fronteira com o Uruguai.
Tal população sofria com as guerras pelo território entre Portugal e Espanha, para as quais eram, muitas vezes, recrutados à força. Eles eram obrigados a deixar para trás tudo, inclusive, os túmulos de seus ancestrais.
Sepé Tiaraju pereceu em combate no dia 7 de fevereiro de 1756, contra o Exército Espanhol, na batalha de Caiboaté, às margens do córrego Sanga da Bica, na entrada da cidade de São Gabriel. Após sua morte 1500 índios guaranis foram massacrados e em poucos meses o sonho missionário acabou.
Por sua bravura foi considerado um santo popular e venerado pelos povos nativos e descendentes. Muitos escritores famosos lembraram de seus feitos em seus escritos, como Érico Veríssimo (no romance O Tempo e o Vento) e Basílio da Gama (no poema O Uruguay).
No dia 21 de setembro de 2009, foi publicada a Lei Federal 12.032/09, que traz em seu artigo 1º o texto "Em comemoração aos 250 (duzentos e cinquenta) anos da morte de Sepé Tiaraju, será inscrito no Livro dos Heróis da Pátria, que se encontra no Panteão da Liberdade e da Democracia, o nome de José Tiaraju, o Sepé Tiaraju, herói guarani missioneiro rio-grandense."
Aqui terminamos fazendo uma ressalva: vemos o Rio Grande do Sul sofrer com secas e falta de água, assim como o Nordeste. Quais eram as duas regiões mais prósperas do país na época da Colonização? E hoje são regiões onde o solo paga seu preço.
Após a morte de tantos índios (que a história quase esqueceu), o sonho missioneiro acabou, mas o povo gaúcho canonizou por conta própria Sepé. Como a Igreja Católica não canonizava índios nativos, o Povo do Sul o chamava carinhosamente de "São Sepé".

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

As Almas da Umbanda!


Muitas Religiões são espiritualistas, ou seja, trabalham com o culto aos mortos e com a crença na imortalidade da alma. Mas, nenhuma delas mexe tanto com o imaginário popular quanto a Umbanda!
Os trabalhadores espirituais que se apresentam nos Terreiros para a incorporação são espíritos... E isso cria muitas histórias entre as pessoas! Esquecemos que nós também somos espíritos, ocupando um corpo físico temporariamente. Então, por que tememos tanto aquilo que nós também somos?
Trabalhar com a Espiritualidade não significa trabalhar com "Necromancia" ou "Magia Negra", pois uma coisa nada tem a ver com a outra. A Umbanda é uma Religião Cristã, que pratica a caridade e o amor ao próximo, através da cura pelo passe mediúnico.
Muitos falam da ação do Espírito Santo de Deus na imposição das mãos e nas orações, e é claro que o Espírito Santo age sempre, em qualquer Religião abençoada por Deus! E a Umbanda também possui a bênção de Deus (Zambi), agindo através do Espírito Santo (Orunmilá), e se manifestando no amor de Jesus (Oxalá).
O que torna a Umbanda diferente das outras crenças, é que além da aceitação dos espíritos para o trabalho, a Umbanda também aceita as outras Religiões, sem questionar ou impor a sua vontade. E é isso que torna a Umbanda tão simples e tão divulgada...
Os benzimentos, as orações, os banhos com ervas e as conversas, estão presentes nas Sessões de Gira do Terreiro e, por isso, atraem tantas pessoas que se sentem carentes de atenção, carinho e afeto...
O mundo está solitário e precisa de amparo! E quem melhor para nos amparar do que nossos companheiros de jornada espiritual, e que já cumpriram sua missão terrena?
A vida é uma troca entre nós, a Terra e todos aqueles que nos cercam... Dessa forma, tudo o que fazemos reflete em nós e nos outros, constantemente! Mesmo que você não seja umbandista, pense nisso e reflita sobre seus atos e suas ações aqui na Terra.
Nós somos observados o tempo todo pelo Criador, por todos os seus trabalhadores e por todos aqueles que habitam o Universo Espiritual. Pense bem: nós nunca estamos sós!
Quando as pessoas perceberem que estão sempre acompanhadas por seu Anjo de Guarda, por seu Protetor Espiritual e por outros espíritos, agirão de maneira a serem exemplo, para quem que os observa e para os demais...
Existe uma frase que diz: "Eu não sou o dono do mundo, mas sou filho do Dono!" Isso quer dizer que recebemos esse Planeta e tudo o que nele existe para cuidarmos, preservarmos e melhorarmos, pois aqui é nossa casa nesse momento.
Na grandiosidade do Universo, sempre viveremos em "conjunto" e jamais poderemos nos sentir donos de alguém ou de alguma coisa. Nós somos apenas companheiros de jornada evolutiva e, por isso, devemos compartilhar...

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

POVO - LINHA - FALANGE


De todos os assuntos discutidos na Umbanda, certamente o que mais provoca controvérsias, é oriundo das inúmeras linhas ou mais propriamente "pseudolinhas" de Umbanda, que via de regra, encontramos nos mais diferentes Terreiros.
Infelizmente, muitos umbandistas confundem as Sete Linhas Espirituais, com os Planos de Habitação Espiritual ou com as dimensões quânticas da matéria, acrescentando diversas classificações às Linhas, às Falanges e à própria Entidade.
Existem ainda os que consideram as mil e uma subdivisões existentes numa mesma Linha, como se fossem também uma Linha de Umbanda. Quer dizer, chamam as Falanges de Linhas! Os próprios médiuns confundem os termos "Linhas" e "Falanges" e transmitem falsas verdades aos demais...
Outro erro que ocorre muito, é que diversos Dirigentes enquadram determinadas Entidades de Nação à uma determinada Linha de Umbanda. Mas esquecem que, na verdade, eles são um Povo! Eles formam uma Nação, portanto são um Povo!
Um exemplo disso é o Povo Baiano, Povo Cigano, Povo do Oriente, Povo da Jurema, etc... A palavra "Povo" representa todas as Entidades que perderam suas terras, ou sua origem ou sua linguagem, e foram obrigados a viver de outra forma.
Eles pertencem a um "Povo", porque se identificam e se reúnem num mesmo propósito ou numa mesma missão. Para exemplificar melhor podemos citar o Povo de Rua, que representa todos aqueles que viveram nas ruas; ou o Povo das Matas, que representa todos aqueles que viveram nas matas.
As pessoas confundem a definição "Povo" e "Linha" porque não entendem que uma Entidade que pertence à um determinado Povo, pode trabalhar em uma Linha e pertencer à uma Falange especificamente.
Para explicar melhor, vamos observar o Mundo de agora. Existem muitos estrangeiros vivendo em outros países, e por isso adquiriram nova nacionalidade... Entretanto, eles não deixaram de pertencer àquela Pátria, ou seja, àquele "Povo".
Quer dizer, a Pátria é a Nação ou o "Povo" que a Entidade representa. A "Linha" é a vibração ou a energia que a Entidade atua... E a "Falange" é o grupamento para o qual a Entidade trabalha.
Apenas lembrando que a Umbanda possui as Sete Linhas: OXALÁ, XANGÔ, OGUN, OXÓSSI, MÃES, ERÊS, ALMAS... Oxalá é a Paz. Xangô é a Justiça. Ogun é a Luta. Oxóssi é o Alimento. As Mães são a Proteção. Os Erês são o início, o novo. E as Almas são os antepassados (vida e morte; saúde e doença)...
O Povo representa a Nação da Entidade. A Linha define o campo de atuação de cada Entidade (Éter, Fogo, Metal, Vegetal, Água, Ar e Terra). E a Falange é o grupo para o qual a Entidade trabalha...