sexta-feira, 15 de março de 2013

Ogun Sete Lanças: aquele que perfurou Jesus com sua própria lança!


Na postagem de hoje, contaremos a história de um Mensageiro Espiritual que já é extremamente conhecido por muitas pessoas.
Ogun Sete Lanças era Longinus... Ele viveu no primeiro século e seria ele o centurião romano a ferir o lado direito de Jesus com a sua lança (Jo 19:34). Também deve-se a ele a revelação de que Jesus era realmente o Filho de Deus (Mateus 27:54; Marcos 15:39 e Lucas 23:47).
Conta a história, que a água que saiu do lado ferido de Jesus, respingou em seu rosto e ele, imediatamente, sarou de um sério problema de visão. Então, ele abandonou para sempre o exército e tornou-se um monge, percorrendo toda a Cesareia e a Capadócia, levando a palavra de Cristo.
Mais tarde, convertido como monge, promoveu prodígios pela graça do Espírito Santo. Entretanto, o governador de Cesareia, que estava irritado com a conversão de seu secretário particular, descobriu sua identidade de centurião e o denunciou a Pôncio Pilatos em Jerusalém.
Este, acusou Longinus de desertor e o condenou a morte, caso não pedisse redenção, renegando sua fé. Ele manteve-se fiel a Cristo e, com isso, foi torturado, tendo seus dentes arrancados e sua língua cortada; em seguida, foi decapitado...
Sua lança é reverenciada como uma relíquia religiosa e está a mostra em Viena na Áustria. Na Espanha e no Brasil ele é conhecido como "São Longinho" e aclamado como protetor para encontrar objetos perdidos.
Esse costume deve-se ao fato de que seus companheiros de mosteiro, sempre extraviavam seus objetos pessoais e Longinus os encontrava facilmente. Na Igreja Católica sua festa é celebrada no dia 15 de março... Pelas longas distâncias que precorreu, ele é conhecido como "São Longuinho".
Após sua morte, Longinus assumiu o nome de "Ogun Sete Lanças", pois foi convidado a trabalhar para o Evangelho de Jesus, ajudando a semear a religião Cristã no Planeta.
Como símbolo de sua devoção ao Mestre Jesus, Longinus carrega em seu corpo os estigmas de Cristo e em seu peito ele preserva o símbolo do Sagrado Coração de Jesus, para relembrar sempre a lança que perfurou o filho de Deus.
Em muitos momentos é possível vê-lo como Ogun, altivo e combatente e, em outros, como um Monge cabisbaixo procurando algo perdido... Enfim, feliz daquele que possui a sua proteção!

quinta-feira, 14 de março de 2013

Os Caboclos que trabalham para as Mães!


Normalmente, na Linha das Águas, ouvimos falar muito das Caboclas, mas os Caboclos também são atuantes nessa linhagem. O que comanda a energia de vibração ou atuação de uma Entidade, e faz com ela represente um determinado Orixá, é a história de suas últimas vidas...
Se na última vida a Entidade cumpriu sua missão e desencarnou atuando junto das águas, seja no rio ou no mar ou outro manancial, como Trabalhador Espiritual ele manifestará essa energia nos seus pontos e nos demais símbolos... Essa afinidade com determinado elemento (terra, água, fogo ou ar) permite que a Entidade utilize a energia desse elemento com sabedoria. 
Entretanto, toda Entidade que trabalha na Umbanda possui uma vibração de energia mista; por isso, ela pode atuar em duas ou mais Linhas. Ou seja, um Caboclo da Linha das Águas também pode trabalhar para Oxalá, Ogun, Xangô ou Oxóssi.
Por exemplo... Um Caboclo Ventania pode trabalhar como um Caboclo de Oxóssi, mas também atua na energia das Mães. Uma Cabocla do Fogo, pode trabalhar com Yansã e com Xangô, ao mesmo tempo. Um Caboclo Beira-Mar, pode trabalhar na Linha das Águas e na Linha de Ogun. Um Caboclo Concha Branca pode trabalhar na Linha de Oxalá e de Iemanjá. E assim por diante...
Na verdade, todas as Entidades, sejam: Pretos-Velhos, Caboclos, Ibejis, Boiadeiros, Baianos, Ciganos, Exus ou Pombagiras, possuem a vibração/atuação em mais de uma Linha. Ou seja, sempre haverá uma Mãe e um Pai atuando sobre o médium.
Quando a Mãe (Orixá de Vibração Feminina) assume o camatulê do médium (Nanã, Yansã, Iemanjá ou Oxum), um Caboclo da Linhagem assumida comandará os trabalhos do desenvolvido. Quer dizer, a frente de trabalho desse médium será comandada pela Linha das Águas.
Nesse caso, a Entidade de frente nos trabalhos de Gira poderá ser um: Ogun Beira-Mar, Xangô Sete Cachoeiras, Caboclo Vitória-Régia, Caboclo Queda D'Água, Caboclo Tromba d'Água, Caboclo Pássaro Dourado, Caboclo Estrela D'Água, Caboclo Lagoa Dourada, Caboclo do Mangue, Caboclo Pescador, Caboclo Cobra d'Água, etc.
Trabalhar com a energia das Mães, faz com que os Caboclos e as Caboclas atuem com maior "complacência" e extrema sensibilidade nos atendimentos.

sexta-feira, 8 de março de 2013

Caboclo Junco Verde


Esse caboclo nos procurou e contou sua história, pedindo-nos sua divulgação. Mas, antes de relatar sua história, queremos esclarecer sobre a planta que originou seu nome...
O junco cresce abundantemente em regiões alagadas, como o Mar Mediterrâneo, o Nilo e o Amazonas. Na Amazônia o junco (Juncus effusus) é confundido com o cipó-titica (Heteropsis flexuosa) e no Nordeste, com o rattan ou vime.
Apesar de possuírem similaridades após a extração, as plantas pertencem a famílias diferentes da flora e possuem desenvolvimentos bem distintos.
Enquanto o junco cresce nos alagados, o cipó desenvolve-se em terra firme, nas florestas. Após a colheita, as fibras secas possuem semelhanças e, por isso, existe a confusão de nomes.
Como as plantas, em seu habitat são totalmente distintas entre si, torna-se necessário essa explicação para elucidar o porquê de seu nome. Esclarecido esse ponto vamos a sua história...
Esse índio nasceu na Região da Amazônia, no século XV, onde hoje dividem-se os Estados de Roraima e Amazonas, na Tribo dos Wapixana (do grupo Aruak). Eles eram a maior população indígena do norte do Brasil, um povo pacífico que evitava a guerra.
Durante séculos, sua tribo foi atacada diversas vezes por etnias de outras áreas, principalmente pelos Karibs. Para defender-se dos ataques, eles subiam nas árvores mais altas e lá permaneciam por dias. Possuíam muita agilidade para escalar cipós titicas e para ocultar-se dentro da água usando os juncos como esconderijo.
Desde criança ele gostava de se balançar nos cipós titicas e mergulhar no meio dos juncos dos alagados. A tribo dizia: "Esse menino parece um Nhun Peri-Bituva (junco verde), ora pendurado nas árvores, ora escondendo-se nos alagados." E assim, ele recebeu seu nome: Junco Verde (Nhum Peri Bituva).
Ele sabia trançar as fibras e fazer cordas, com as quais laçava os tatetos e os jacarés; era ágil para subir em árvores, armar redes e emboscadas. Quando sua tribo era atacada, ele usava o laço em armadilhas diversas para evitar a aproximação do inimigo.
E assim Junco Verde cresceu e tornou-se um exímio caçador e um grande guerreiro. Casou-se cedo com "Irupé" (que significa Vitória Régia na língua indígena). Ela era filha do Chefe da Tribo e eles tiveram três filhos - dois meninos e uma menina.
Nhum Peri Bituva e Irupé foram muito felizes por quase quinze anos. Mas, como nada dura para sempre, sua tribo foi surpreendida durante a madrugada por um grupo de índios desconhecidos para eles: os Astecas.
Os Astecas eram totalmente vorazes e organizados em suas empreitadas. Dominavam as tribos mais pacíficas, derrubavam tudo o que encontravam pelo caminho e escravizavam outros índios.
Irupé viu seu marido e seus filhos serem levados para serem oferecidos ao Deus Sol. Ela e sua filha pereceram em solo Wapixana, após serem brutalmente atacadas.
Durante a marcha para o Império do Sol dos Astecas, Nhum Peri conseguiu libertar seus filhos e ajudou-os a fugir para mata. Mas, seu sacrifício lhe custou a própria vida, pois foi ferido por uma lança e depois esquartejado.
Seus pedaços serviram de alimento aos cães que acompanhavam a procissão indígena. Os filhos de Junco Verde conseguiram embrenhar-se nas matas e foram acolhidos por uma tribo Maiongong.
No Plano Espiritual, Irupé, Nhum Peri Bituva e a filha, encontraram-se novamente, no Reino de Jurema. Juntos eles viram uma nova terra florescer e outros povos chegarem.
Os três tornaram-se acompanhantes espirituais dos índios que pereciam em combate contra a própria raça ou contra os homens brancos.
Muitos anos passaram... Irupé reencarnou na Europa para viver uma nova experiência. A filha renasceu em solo brasileiro e tornou-se uma das primeiras mulheres abolicionistas do Brasil.
Junco Verde permaneceu trabalhando na Jurema e auxiliando a Aruanda de todos os povos. Quando a Umbanda surgiu como religião, Junco Verde foi chamado a contribuir com seu conhecimento e sua dedicação.

terça-feira, 5 de março de 2013

Cigana da Estrada

Jazira nasceu em Constantinopla, atualmente reconhecida como Istambul, no ano de 934 d.C. (século X). Ela e sua família viviam em uma Tribo afastada da Capital.
Seu povo era descendente do Povo Persa e foram expulsos de suas terras após a conquista do Império. Eles eram chamados de Curdos (Kurti) pela grande maioria...
Toda a sua Etnia foi considerada apátrida após a expulsão das terras. Eles também foram perseguidos como pagãos, além de serem considerados praticantes de magia. Por isso, eram tidos como hereges.
Sem Pátria e sem apoio das lideranças do Governo Local, sua Tribo se tornou Nômade. Eles tiveram que viajar por várias regiões e tentar acolhimento em outros territórios.
Em muitos locais que passaram, nada conseguiram, até que chegaram na região da Anatólia... Foram meses de caminhada, por ser a pé e por haver muitas caravanas.
Nesse lugar encontraram um campo vasto, com poucos moradores e sem liderança local. Ali se fixaram e se estabeleceram...
Por um tempo poderiam ficar nesse lugar mas, depois, teriam que se deslocar novamente. Foram tempos difíceis! Haviam guerras territoriais por todos os lados... E a maioria do povo vivia assustado.
Para não se envolver nas disputas, nas batalha e nas sucessivas guerras, seu pai se dispunha a fugir...
O problema é que a região em que estavam, ficava no meio de uma disputa territorial. Mesmo assim, a Anatólia era um bom lugar, e puderam viver em segurança por um tempo significativo...
Como a sua Tribo era apátrida de dois mundos, eles não podiam viver na Europa e também não podiam viver na Turquia. Então, ficaram no meio do caminho.
Ali na Anatólia, Jazira cresceu e se desenvolveu... De sua avó herdou o Conhecimento Ancestral e o dom de curar... Aprendeu a lidar com ervas, poções e outras artes.
Em sua Tribo podia ajudar a todos que necessitavam, desde uma febre, até o parto de uma criança, ou a doença de uma pessoa idosa.
Foi uma época feliz e tranquila! Tão tranquila, que até esqueceram porque estavam ali naquela região. Infelizmente, nem tudo dura para sempre...
Então, numa noite fria, o acampamento foi atacado por ordem do Califa Regente... Todos foram mortos a golpe de espada! O acampamento foi incendiado... E nada mais restou de sua família. 
Jazira deixou seu corpo inerte e sem vida no chão e vagou com seu espírito... Era o ano de 956 d.C.. Ela vagou por décadas e depois séculos. Viveu como espírito livre vagando por muitas regiões... Viu toda a História se transformar!
Um dia, porém, seu espírito cansou de vagar... E ela quis saber onde estava. Viu uma luz diferente iluminado o caminho e a seguiu...
Chegou em um lugar cheio de outros espíritos de todo tipo... Perguntou onde estava para outro espírito que passava. Mas, ele não soube responder...
Então, de repente, todos os olhares se voltaram para a frente e eles perceberam uma plataforma... Um homem bem apessoado e bem vestido tomou o centro das atenções e falou:
"Reunimos vocês aqui, porque precisamos de trabalhadores abnegados e dedicados. Cada um de você possui uma História de Vida única... E como são espíritos que já cumpriram sua missão terrena, queremos que trabalhem conosco em uma nova Terra.
Aqui, onde vocês estão, chama-se Aruanda. Esse é um lugar de acolhida para Espíritos que, assim como vocês, também já cumpriram sua Missão de Vida.
O que nós precisamos é que vocês nos ajudem a ajudar outros espíritos encarnados nesse momento. Aqueles que aceitarem, por favor, me acompanhem..."
Nesse momento, o Palestrante se retirou e muitos o acompanharam... Inclusive, Jazira. Depois de um período de aprendizagem, Jazira tornou-se uma "Cigana da Estrada".
Por ter viajado muito em vida e em espírito, ela saberia conduzir seus protegidos e orientar seus assistidos.