segunda-feira, 29 de abril de 2013

Uma Sereia Yorossum e seu amor por um Marinheiro.


Ela estava no fundo do mar mais profundo. Era o dia de seu aniversário e ela poderia subir à superfície, como fazia todos os anos, para observar o céu, as estrelas, o luar e o tudo o mais que ela quisesse. Ela preferia subir a noite e ficar até o amanhecer, para poder aproveitar bem o dia.
Nadou vagarosamente os quilômetros de água salgada que separavam seu Reino do Reino Humano. Quando chegou, respirou profundamente o ar leve e gelado da noite. Sentiu a brisa no rosto e seus longos cabelos ficaram abaixo da água, junto a sua cauda de sereia. Seus olhos demoraram até acostumarem-se com a claridade e a falta de água; mas, ela logo saltitou feliz, como um golfinho pelas águas.
Nadou e nadou e nadou... Depois observou. Sentou-se em uma pedra, colocou seus cabelos nos ombros e espreguiçou-se. Avistou uma embarcação ao longe... Ficou observando. Sentiu-se observada. Seus reflexos eram ágeis, seus ouvidos ouviam mais que os ouvidos humanos e seus olhos podiam ver mais longe, mas ela não percebeu que um marinheiro lhe olhava através de uma luneta.
Ele servia a Marinha desde os 18 anos. Faziam 7 anos que estava a serviço do governo em alto-mar. Nada lhe deixava mais feliz que o mar! Era como se sua vida fosse o mar! Ele já ouvira muitas história sobre fantasmas, seres estranhos e mitológicos, mas achava que eram apenas "Contos de Fadas" e ria ao ouvir falar sobre eles. Nesse dia era a sua vez de fazer a guarda e ele estava de prontidão. Seus olhos ora na luneta, ora no navio, eram atentos a tudo...
De repente ele a viu. No começo duvidou, achou que fosse alucinação; mas, depois insistiu em sua visão e confirmou: era sim um ser mitológico, "uma sereia", como dizem... Não podia crer! Elas existiam?! Ou ele estava delirando? Eles estavam sempre alertas e preparados, pois esse havia sido um ano difícil de pós-guerra... Seus amigos eram mais desatentos, mas ele queria subir de posto e prestou atenção.
Foi nesse instante que os olhos dos dois se cruzaram e eles sentiram, no mesmo instante, que se olhavam... Ele ficou em dúvida e ela também. Olharam novamente. Ela estremeceu e ele sentiu um frio na espinha. O navio estava se aproximando da enseada onde ela estava e ela teve medo, mas não conseguiu se mover...
Foi então, que ele criou coragem e pulou na água. Ela percebeu que ele se aproximava e ficou em dúvida. Pensou em se esconder, mas não conseguiu. Ele chegou perto, cada vez mais perto e se tocaram. Começaram a se tocar para se conhecer... Ele nem pensou nas consequências que seu ato geraria no navio.
Logo a embarcação estava em alerta: homem ao mar. Ela afugentou-se. Assustou-se com as luzes. Ele não a viu mais. Recolheram-no ao navio; foi questionado sobre seu ato, mas ele estava em choque. Delirava falando de uma sereia...
Enquanto ela nadava de volta às profundezas para retornar ao seu Reino, ouviu um barulho na água e viu um corpo que afundava. Ele se jogara do navio na esperança de encontrá-la; mas seu corpo não resistiu ao choque térmico e ele desfaleceu.
Ela encontrou-o inerte nas profundezas e tentou levá-lo à superfície, mas era tarde. Ele partira do Reino Humano e estava no Reino Espiritual agora. Ela culpou-se e agarrou-se ao corpo. Seus familiares tentaram animá-la, mas nada a fazia esquecer aquele olhar. Em pouco tempo ela adoeceu e transformou-se em espuma do mar.
Dizem que as sereias não morrem, apenas se transformam... Mas, ela pediu ao Grande Espírito que a levasse para junto dele. Ela havia vivido muitos séculos como sereia... Mas, em um dia apenas, perdeu sua vida por um ser humano. Era assim o amor.
Ela dormiu como ninfa e despertou como serva do Grande Espírito, que apiedou-se do seu amor. Acordou como Mãe Sereia e passou a ser uma Yorussum. Ela era agora um Ser Espiritual.
Ele despertou no Mundo dos Mortos e procurou por sua Sereia. Ao encontrá-la, prometeu servi-la e amá-la para sempre. Assim, os dois trabalham juntos: uma Sereia Yorussum e um Marinheiro... Dois seres em um amor impossível, servindo juntos ao Amor Incondicional!

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terça-feira, 23 de abril de 2013

Ogun Guerreiro: o Senhor das Guerras!

A história desse Ogun teve início em um tempo muito distante; um tempo esquecido por muitos... Hoje em dia, esse tempo é chamado de proto-história, porque ocorreu muito antes da história que se tem registro.
Existem muitas discordâncias sobre as Civilizações Perdidas de Atlântida, Lemúria e Mu. Nessa época, seu nome era Abhramur e, segundo ele, viveu inicialmente em Lemúria, onde era o comandante da Guarda Imperial do Palácio Real. A Guarda era responsável pela proteção da fortaleza do Colégio dos Magos Cristalinos e garantia a hegemonia dos Impérios Lemurianos.
O Grão Mestre dos Magos, comandava a Chama Dourada e tinha muito apreço por seu comandante, por isso, iniciou-o nas artes ocultas da magia e do misticismo. Nesse tempo, a Terra era conhecida por sua profusão de espécies diferentes e pela exuberância de sua natureza.
Todos os seres celestiais, elementais e astrais, viviam em perfeita harmonia. Não havia separação entre os Reinos habitados e todos compartilhavam seus conhecimentos com sabedoria. Mas, como não existe bem que dure para sempre, nem mal que seja permanente... Dessa forma, o equilíbrio entre os Reinos foi abalado.
O herdeiro do Trono da Sétima Estrela Azul, exigia submissão de todos os elementais, ao seu comando. Isso gerou discórdia e desentendimento entre os demais Reinos, e reuniões começaram a ser realizadas para apaziguar a situação.
Muitos Líderes questionavam o Colégio dos Magos e a hegemonia Lemuriana. Abhramur foi solicitado, juntamente com seu exército, para controlar o motim e manter a situação sob controle. Sua função era evitar uma Guerra a qualquer custo, mas o caos já estava armado.
Nessa época, a mente humana e das demais criaturas era muito mais poderosa do que hoje em dia. As armas possuíam a capacidade de causar a destruição total e fragmentavam partículas atômicas. Abhramur tentou controlar a todo custo a situação... Mas, a seus pés, seus comandados começaram a tombar em combate, enquanto os Reinos foram se fragmentando.
Foi assim que Lemúria atingiu seu fim e foi dessa forma que os Reinos se separaram. Muitos seres desencarnaram naquela época e foram transladados a outros mundos. Os mais evoluídos foram elevados a Esferas Longínquas de outras Galáxias; os menos evoluídos foram rebaixados às zonas umbralinas e densas do submundo terreno.
Assim, quedou Lemúria... Os poucos sobreviventes perderam a razão e o senso de orientação. A Terra tornou-se um pandemônio de culturas, como na passagem Bíblica da Torre de Babel - onde ninguém se entendia...
Abhramur sobreviveu, mas tantos que ele amava pereceram... A sua dor foi demais para ele suportar! Assim, vagou a esmo pelo mundo, até o fim de seus dias...
Reencarnou muito tempo depois em Atlântida e viu a mesma história repetir-se pela ganância dos homens. Depois reencarnou no Egito, no tempo da construção das Pirâmides e foi o Ministro do Faraó.
Sua última encarnação aconteceu na Galileia junto ao Messias, onde recuperou seu amor pelas criaturas e a compreensão em Deus. Atualmente, ele trabalha servindo ao Mestre nas Batalhas contra o mal.

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Pai Tomé das Almas...

E sua missão de vida.

Sua história é diferente de outros negros de sua época. Ele viveu no século XIX, no estado do Rio de Janeiro, na cidade de Cabo Frio. Quando ele nasceu, seus pais ainda eram escravos, mas ele já nasceu pela Lei do Ventre Livre... Dessa forma, foi afastado de seus pais e teve que mendigar desde cedo para sobreviver.
Aprendeu a pescar e logo tornou-se mercador de peixes. Para se defender dos ataques dos brancos e dos negros mais abastados, ele aprendeu a lutar a capoeira e a usar o facão como arma.
Mas Tomé era amaldiçoado; desde criança ouvia vozes, via almas de pessoas que já morreram e enxergava os dois mundos em constante contraste. Sua vida era um imenso tormento, por conta de seus fantasmas interiores.
Aos poucos, muitos espíritos começaram a cercá-lo e a acompanhá-lo. A todo momento, onde quer que ele fosse, as almas estavam lá acompanhando-o, esperando-o e "azucrinando-o"... Chegou um momento que ele não mais aguentou e pensou em dar cabo da própria vida.
Colocou seu facão próximo ao pescoço e ia degolar-se, quando um soldado de vestimentas reais parou em sua frente e gritou bem altou: "Patakori!" A sua armadura brilhou e ele disse: "Como ousa afrontar teu Pai Ogun, que te tirou da senzala?! Afasta essa faca de ti e vai cumprir tua missão, e salvar as almas que te procuram!" E num brado bem alto, o cavaleiro sumiu: "Jesse, Jesse!"
Tomé caiu por terra e chorou, pois percebeu que Ogun viera salvá-lo de um ato insano. Voltou ao cais... Pescou seu peixe, assou, matou sua fome e dormiu. Ao amanhecer do dia, procurou uma casa abandonada à beira mar. Reformou a casa, consertou, ajeitou, limpou e fez o que fez até deixá-la apresentável...
Por fim, foi para o mar e pescou quantos peixes conseguiu pescar. Vendeu todos no mercado. Com o dinheiro comprou uma imagem de Nosso Senhor do Bonfim e de Nossa Senhora dos Navegantes. Também comprou velas e roupas. E voltou para casa. Arrumou tudo e colocou uma placa dizendo: "Oração e Benzeduras".
No outro dia, os primeiros raios de sol acolheram uma fila de dez pessoas, que já esperavam por atendimento. E assim foi que Tomé iniciou seu trabalho de benzedor. Ele trabalhou sem parar por setenta anos... Mas, não viveu só. Um dia, quando já faziam dez anos que Tomé trabalhava, entrou em seu casebre uma moça da Aldeia dos Pescadores, tão acanhada e com medo, que mal levantava a cabeça. Ela se chamava Rosa Maria e, por coincidência, possuía o mesmo dom que Tomé.
Tomé tratou dela, que passou a frequentar sua casa e auxiliá-lo nos atendimentos. Os dois se conheceram melhor e passaram a viver juntos. Essa convivência durou sessenta anos. Cumpriram missão e auxiliaram muitas pessoas que necessitavam de ajuda. Bom, assim é o Pai Tomé: sempre alerta e desconfiado, até que conheça bem a intenção do coração do filho.

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Exu Veludo da Meia Noite e Exu Veludinho da Meia Noite e Meia.

Tudo começou no século IV, na região onde hoje se localiza a Grã-Bretanha, quando Veludinho (Jean Paul) era o irmão mais velho de Veludo (Jilian Klaus) e herdeiro das terras do Ducado de Monte Carlo.
Quando o pai faleceu (Duque Sergei Carlo Filipo), Jean Paul assumiu as terras e a tutela de Jilian. Na época, Jean tinha 25 anos e Jilian 16 anos.
No acordo firmado entre eles, Jilian deveria receber a sua parte da herança aos 21 anos e, enquanto isso, ficaria sob os cuidados de Jean Paul. Quando Jilian completou 21 anos, Jean não lhe passou sua parte da herança e ainda o desafiou para um duelo de espadas. No duelo, Jilian pereceu...
Passaram-se algumas vidas sem que eles se encontrassem. Então, reencarnaram novamente em Viena no século X, como irmãos gêmeos. Porém, dessa vez, sem posses. Eles teriam que trabalhar para sobreviver...
Os pais eram lavradores e ensinaram aos filhos seus ofícios desde cedo mas, eles não queriam saber de mexer com a terra e passaram a praticar pequenas furtos. Aos poucos tornaram-se exímios ladrões, assaltando caravanas e excursões reais.
Em pouco tempo eram os bandidos mais procurados da região. Então, foram descobertos e mortos pela Milícia Real.
Os dois espíritos passaram alguns anos perambulando pelo Umbral, depois foram recolhidos e encaminhados para a Colônia Espiritual de Triagem. Reencarnaram, dessa vez no Brasil central, sob o jugo da escravidão, como pai e filho.
Tentaram a fuga para o Kilombo (Quilombo) diversas vezes e até auxiliaram diversos negros a escapar. Conseguiram auxiliar algumas pessoas idosas e até mulheres e crianças a fugir. Mas, todas as vezes que tentavam escapar eram presos e levados ao tronco.
João, o pai, que já havia sido o irmão mais novo, tentava proteger o filho (Benedito) de todas as formas. João estava com 43 anos e Benedito tinha 14 anos, nessa época.
A mãe "Nhá Maria" já havia falecido e os dois foram os únicos que restaram de toda a família. Muitos de seus amigos e familiares já haviam fugido para o Kilombo das Almas, no Estado das Minas Gerais. Era o ano de 1783 e eles tentaram fugir mais uma vez, mas foram pegos.
Dessa vez, morreram no tronco ao som da chibata, sem água e sem comida. Como haviam aprendido a conviver e a trabalhar juntos, foram convidados a representar o Culto Africano, que crescia no Brasil.
Eles seriam os guardiões da "Meia Noite" no Culto dos Ancestrais, pois é a hora em que Exu socorre as almas perdidas. Como em sua última existência, eles haviam socorrido muitas pessoas (mesmo apanhando para fazer isso) os dois tornaram-se guardiões...
Seriam reconhecidos pelos nomes de "Exu Veludo da Meia Noite" e "Exu Veludinho da Meia Noite e Meia". A função deles seria impedir que seus irmãos de raça e cor usassem a Religião para a vingança e para a crueldade.
Afinal, para que o Culto Africano fosse aceito e reconhecido em Solo Brasileiro, era necessário mostrar a todos que a crença deles era baseada na paz. Os dois foram doutrinados no uso correto da magia, aprenderam a desmanchar amarrações e receberam o conhecimento de como neutralizar possessões.
Assim, iniciaram suas tarefas no astral inferior das trevas demoníacas. Aqui abro um parênteses, para explicar que esses dois foram designados para essa tarefa, pois muito antes dessas encarnações que me permitiram descrever, eles foram Magos do Antigo Egito (há mais de cinco mil anos).
Então, João (Jilian) e Benedito (Jean) além de se conhecerem há milhares de anos, também sabiam fazer uso da magia negativa e da magia positiva...
Foi assim que o Senhor Exu Veludo da Meia Noite e seu companheiro de trabalho: Exu Veludinho da Meia Noite e Meia, começaram a trabalhar... Antes mesmo, do surgimento da Umbanda Sagrada como Religião no Brasil, eles já guardavam as Casas de Culto.

he never expressed his fear, he lived in his own darkness knowing that he wont be ever understood. Knowing the truth that he will always be the second one not the first..knowing that he is not the eye candy that tickle soul. He might be perfect in action but chose the darkness cause he is not the face of beauty. He is not the prince charming one would crave for. he is not beautiful for eyes.The Witch and her Daughters by sstarkm

terça-feira, 2 de abril de 2013

Oxalufan e a primeira Pombagira.

Maria Madalena: Serva do Senhor e Protetora dos excluídos.

Maria Madalena, a quem Jesus concedeu especial atenção e perdão, foi uma das mulheres presentes na ressurreição de Cristo.
Foi dado a ela, juntamente com Maria de Nazaré e uma terceira, também chamada Maria, provavelmente irmã de Lázaro, o direito de encontrar o sepulcro vazio. Essa é uma das Lendas das Três Marias, que aparecem no céu em forma de estrelas guias...
Mas, por que as mulheres tiveram o primeiro privilégio de confirmar a ressurreição de Jesus? Porque as mulheres são as geradoras da vida.
Maria Madalena acreditava que Jesus Cristo realmente era o Messias. (Lucas 8:2; 11:26; Marcos 16:9). Madalena esteve presente na crucificação e no funeral de Cristo, juntamente com a mãe de Jesus e com outras mulheres (Mateus 27:56; Marcos 15:40; Lucas 23:49; João 19.25).
No sábado após a crucificação, saiu do Calvário rumo a Jerusalém para poder comprar perfumes, a fim de preparar o corpo de Cristo da forma como era de costume. Permaneceu na cidade durante todo o dia e "quando ainda estava escuro" foi ao sepulcro e achou-o vazio.
As mulheres receberam de um Anjo a notícia de que Jesus havia ressuscitado e foi-lhes dito que deviam informar tal fato aos Apóstolos. (Mateus 28:1-10; Marcos 16:1-5,10,11; Lucas 24:1-10; João 20:1,2; compare com João 20:11-18).
Como o nome Maria era muito comum na época, confunde-se muito sua história com a de outras Marias, inclusive com a Maria do apedrejamento e a Maria dos "sete demônios".
Maria Madalena ou Maria de Magdala foi escolhida como Protetora das Pombagiras por conhecer de perto a discriminação e o preconceito pelo qual passavam as mulheres diferentes da sociedade local.
Por conta disso, dedicamos a ela essa postagem e a todas as Pombagiras e servas legionárias de Maria, pois são elas que recolhem os espíritos combalidos e sofridos, depositados no Umbral das misérias humanas.
Que Jesus se compadeça de nós, como se compadeceu de todas as mulheres perdidas desse mundo...