quarta-feira, 30 de novembro de 2011

O Senhor "Tata Caveira"...

Apresento-vos um Exu que já foi Pirata!

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Esse Exu da Linha das Almas, gosta de conversar muito e se apresenta fazendo graça. Ele sempre tem um conselho ou uma solução para quem o procura. Você até pensa que ele está enrolando pela maneira de se comportar... Mas, essa é a forma que ele encontrou de melhor agir: "disfarçado".
Na verdade, ele trabalha muito bem e quando você pensa que ele está indo buscar uma solução, ele já voltou com o problema resolvido. Ele também é muito bom em limpar a aura e o psiquismo das pessoas.
Algumas vezes, ele não parece muito amistoso... E fica pensativo, enquanto a pessoa o questiona. Quando isso acontece, o problema é bem mais profundo do que parece e exige uma solução adequada de sua parte.
Todos que conversam com ele se sentem bem melhores... Seja pelo seu jeito peculiar de agir, seja por seu magnetismo em ação, seja por sua franqueza absoluta! Enfim, seja porque ele é um bom guardião!
Lembro-me que a primeira vez que o Senhor Sete Encruzilhadas apresentou-me o Senhor Tata Caveira, ele não me pareceu nada simpático e eu relutei muito em tê-lo por perto. A aparência dele não era das melhores; foram três dias de conversas e entendimentos. Depois que trabalhamos juntos algum tempo, eu já o considerava demais!
Então, eu soube a sua história... Ele viveu durante o século XVI, navegando pelos Sete Mares, como Capitão de um navio. Ao entrar em guerra com outro navio por disputa de mercadorias e espaço, foi morto pelo fio de uma espada: degolado.
Quando vi sua verdadeira imagem: um jovem muito bonito de cabelos encaracolados e olhos fortes - me surpreendi. Pensei que ele fosse mais velho...
Mas, disse-me ele: Morri jovem naquela vida, mas meu espírito já viveu muito, por isso eu sou um "Tata" e trabalho como "Caveira" recolhendo as almas daqueles que, como eu, não souberam lutar por sua vida de forma honesta e direcionada.
Hoje, depois de alguns anos de trabalho, sou muito grato a esse Guardião que se tornou meu amigo e companheiro de jornada evolutiva. Se, em algum momento, não dei o devido valor a esse Exu, peço-lhe agora que me perdoe...

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Senhor Exu Rei das Sete Encruzilhadas!

Aquele que transmuta as energias.

As pessoas desconhecem o verdadeiro mistério de "Exu" e confundem-no com Entidades de baixa vibração. Exu, nada tem a ver com "diabo" e espíritos malignos. Todo espírito ao se tornar Entidade de uma Falange, atua em uma determinada vibração e age em nome de uma Lei Maior.
Essas pessoas ignoram a verdadeira atuação de um Exu Guardião no Campo Astral. Todo Guardião/Exu possui uma particularidade: ele pode trafegar nas duas esferas (positiva e negativa), sem comprometer a sua evolução por conta disso... Porque a Lei de Exu permite...
Um Exu auxilia no recolhimento dos espíritos sofredores. Ele socorre tanto encarnados, quanto desencarnados. Por isso, ele atende o que lhe é pedido... Mas, depois cobra um preço, porque é do seu direito cobrar pelo trabalho que realizou.
De acordo com cada situação, o Guardião Exu ou Exu Guardião se transforma no Plano Espiritual... Por isso, cada Exu carrega o simbolismo da Falange a qual pertence, como: capas, chapéus, espadas, cristais, tridentes, etc. 
Um Exu é, antes de tudo, um Guardião compenetrado e bem intencionado na Defesa Psíquica de seu médium... Ele defende seus médiuns e ainda mantém sua evolução pessoal intacta.
Eu conheci um Exu de espírito nobre e alma compenetrada, sempre pronto a auxiliar: O Exu Rei das Sete Encruzilhadas! Ele contou-me a sua história: em sua última existência foi gaúcho, lutou na Guerra dos Farrapos, comandou sua tropa, mas não me deu detalhes de seu nome e de quem realmente foi... Apenas deu detalhes da Revolução Farroupilha e provou que esteve por lá.
Sua forma de trabalhar como Exu era bastante peculiar... Ele incorporava fazendo graça de sua aparência de desencarnado: degolado! E depois ficava sério e saía caminhando pela casa.
Uma vez aconteceu um fato curioso: estávamos reformando a casa e enquanto uma das tábuas era despregada para retirar os cupins, ele ria e dizia: "Estão despregando a tábua errada!" E apontava uma tábua perfeita... Duvidamos! Mas, ele tanto insistiu que fomos obrigados a despregar a tábua apontada. Mas, qual não foi nossa surpresa, ao descobrir que o ninho de cupins estava justamente naquela tábua???
Esse é o Senhor Exu das Sete Encruzilhadas! Nunca o vi alterado, seja sério ou brincando, mas sempre trabalhando na Lei. E se alguém lhe dissesse: "Tem jeito do Senhor fazer alguma coisa aí por mim?" Ele já respondia: "Que coisa é essa? Se for coisa errada, vai procurar o que fazer, que eu quero evoluir!"
Esses tempos descobri que ele me acompanha desde que nasci. Minha mãe um dia me falou: "Quando você era criança vivia dizendo que no seu quarto tinha um homem vestido de preto, com chapéu e tudo, que sorria e dizia: Não tenha medo, estou aqui te cuidando!"
Exu que é Exu trabalha na Lei e sempre guarda a Lei de Umbanda! E a Umbanda precisa de Exu! É como o ponto cantado que diz: "Exu, Exu, sem Exu não se faz nada! Exu, Exu, Rei das Sete Encruzilhadas!"

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

"Haywoth"


A Umbanda possui essa particularidade: de poder mesclar conhecimentos e conceitos, sem perder a sua essência primordial.
As Entidades Espirituais que derivam das Filosofias Orientais vieram trabalhar no Brasil, para fortalecer a evolução espiritual, através de algumas práticas de sua ideologia de vida.
Um dos Mentores dessa Casa chama-se Haywoth. Esse foi o nome que ele adotou desde o primeiro momento para a sua apresentação. Haywoth nasceu na Mongólia, antes da Dinastia Gengis Khan.
Passou boa parte de sua vida no Tibet mas, terminou seus dias no Himalaia. Haywoth foi um Monge que seguiu os ensinamentos da Filosofia Taoista.
Após seu desencarne foi convidado a semear na Pátria Brasileira sua Filosofia de Vida, trabalhando pela nova Religião que surgiria: a Umbanda.
Haywoth, é um Mestre Oriental de fala suave e compassada, que aconselha a benevolência acima de tudo... Costuma dizer que na vida tudo é uma passagem e, por isso mesmo, uma ilusão. Dessa forma, não vale a pena perder uma existência por futilidades.
Depois ele sorri, um sorriso calmo e complementa: "Tudo se baseia na Lei de Ação e Reação, meu filho. Se você age conforme a Lei Suprema, o Universo reconhece e te devolve em boas ações."
Quando o vejo, ele me recorda a aparência de Lao Tsé em idade avançada. Haywoth me explicou que trabalha para esse Mestre, por isso, assume sua aparência durante as apresentações.
Enfim, Haywoth é um Espírito Sábio, que aceitou permanecer na Terra enquanto a Umbanda dele precisar...

domingo, 27 de novembro de 2011

Kuan Kon

Um Guerreiro Oriental protegendo a Umbanda...

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Na Umbanda Sagrada, as Falanges de Entidades Orientais trabalham para ensinar ao médium: perseverança, benevolência e aceitação.
Quem possui missão com Espíritos de aspecto Oriental, visualiza Entidades bem diferentes do Panteão brasileiro.
Normalmente, esses Espíritos apresentam-se com vestimentas muito próprias e aparências muito diversas, ou seja, de outras Culturas.
Essas Entidades podem ser: Hinduístas, Xintoístas, Taoistas, Islamitas, Xamanistas, Paganistas, entre outras crenças.
Kuan Kon (como se fala) ou Kwan Kun (como se escreve) foi um dos maiores e melhores guerreiros da Antiga China.
Kuan Kon, também reconhecido com "Guan Yu", foi também o inventor de uma arma poderosa usada no Kung fu, chamada de kwan tao.
Ele foi tão honrado e respeitado que, logo após a sua morte, ele tornou-se uma Divindade Protetora das Artes Marciais, da Justiça e dos Negócios.
Kuan Kon é reconhecido como um herói dos "Três Reinos". Para os Ocidentais a referência a "Reinos" não tem importância mas, para os Orientais, representa evolução, equilíbrio e transformação.
A Umbanda também reconhece a existência de Reinos... Por isso, permite o Trabalho das Falanges do Oriente, junto às Linhas da Umbanda.
Todo médium que trabalha com a "Umbanda Oriental" ou Umbanda do Oriente, precisa ler sobre as Religiões Ancestrais e suas Deidades. Principalmente, sobre a Religião que a Entidade representa...
Afinal, ao conhecer a História da Entidade, o médium consegue entender melhor a sua própria missão.

Chinese God for War N Justice (Guan Yu) | OldAmulet.com | Guan yu ...

sábado, 26 de novembro de 2011

Cabocla Jandira

E sua história de vida...

Durante a invasão e conquista dos Europeus sobre a América, ela trabalhava como Pajé (curandeira) em sua Tribo. Todos eram encaminhados a ela para tratamento e solução de seus problemas.
Ela atendia os doentes, aconselhava os confusos, preparava os curumins, fazia unguentos e poções com ervas medicinais, instruía e apaziguava a Tribo, entre outras funções.
Como estava muito velha, segundo ela, com mais de cem anos, decidiu passar o cargo a um aprendiz... Conforme determinava a tradição.
Esse aprendiz ignorou sua missão, cortando seus cabelos e enterrando-os na mata, junto ao pé de uma árvore, como forma de renegar sua ancestralidade.
(Esse era o costume da época: ao cortar os cabelos, o escolhido se negava assumir o cargo.)
Sem tempo de preparar outra pessoa e prevendo uma invasão, a Cabocla-pajé tentou salvar sua Tribo migrando para uma região mais ao Norte. Mas, foram surpreendidos pelos conquistadores e dizimados...
O aprendiz sobreviveu, porém, não cumpriu sua missão de curandeiro. Ele preferiu trabalhar junto aos brancos. Assim, também, renegou sua raça.
A Pajé sentiu-se responsável por todos os filhos dessa Tribo e resolveu dedicar-se ao resgate deles no Plano Espiritual.
Como "Cabocla Jandira" e Socorrista Espiritual, a Índia-pajé, conseguiu localizar todos os antigos filhos e arrebanhá-los novamente.
Atualmente, alguns também atuam como Caboclos no Reino de Jurema e outros estão encarnados, cumprindo missão como médiuns ou apenas vivendo uma vida normal no Plano Terreno.
A Cabocla Jandira atua na Linha das Águas, promovendo a cura e a limpeza da aura daqueles a quem atende, sempre com bons conselhos e boas lições.
O aprendiz que renegou sua missão de pajé, trabalha na Seara Umbandista como médium. Hoje em dia, sua função é a de resgatar sua dívida acumulada junto aos seus antepassados indígenas.

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quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Pai José de Aruanda

Um Preto-velho com muitas Histórias!

Pai José de Aruanda é o nome de um Guia Espiritual da Falange dos Pretos-velhos. O nome Pai José indica que ele é um "Preto-velho" Falangeiro de São José. O sobrenome "de Aruanda" é uma referência ao Reino de Umbanda e seu trabalho na Linha de Oxalá.
Ele foi um negro escravo alforriado, que viveu no século XIX, nas terras do Maranhão. Sua mãe foi trazida em um navio negreiro no final do século XVIII (em 1798, mais precisamente), pelas mãos de Escravagistas Holandeses. Durante a viagem ficou grávida e "José" nasceu no Brasil já sobre o jugo da escravidão. 
Por ser de pele clara e ter olhos diferentes dos demais (por causa do pai holandês, o qual nunca soube de sua existência), José era tido como mestiço e circulava entre brancos e negros, aprendendo o costume dos dois povos. 
No final de sua vida foi alforriado pela Lei Áurea, mas já estava cego e doente, vivendo alguns poucos anos ainda sua liberdade tardia. Durante sua vida de escravo trabalhou em lavouras de café, algodão e cana-de-açúcar. Aprendeu a arte da capoeira e do benzimento com seus ascendentes africanos, o que usou durante sua vida na fazenda para apaziguar seus irmãos e curar as feridas das chibatadas.
Em uma vida anterior, no começo do século XVIII (em 1723), "Pai José" havia vivido na Europa, como um médico inglês renomado e respeitado sob o nome de Dr Albert Saint Peace. Mas, como diz ele, não fez jus ao diploma de médico, pois, não praticou a caridade, nem ajudou os demais como deveria. Então, pediu para nascer no Brasil e ser um médico dos pobres, como um benzedor.
Dessa forma, Pai José (Dr. Albert) renovou seu espírito e evoluiu, podendo seguir sua jornada como Guia Espiritual na Falange dos Pretos-velhos. Segundo Pai Zé, não adianta apresentar-se como "médico europeu" numa Corrente Mediúnica, se foi como "nego-velho" que ele evoluiu seu espírito!
Pai José teve reencarnação compulsória* entre sua existência como médico e sua vida como escravo. Escrevo essa justificativa para elucidar porque ele reencarnou tão rapidamente entre uma existência e outra. 
(*Compulsória significa que a pessoa morreu em uma vida e renasceu em outra, automaticamente, sem ficar muito tempo no Plano Espiritual.)

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Caboclo Cobra Coral


Um Cacique que não temia as cobras!

Quem trabalha na Umbanda sabe que existem as Falanges e que cada Falange possui o seu Falangeiro (ou Guia Espiritual).
Existem inúmeras Falanges, com inúmeras Entidades em cada Falange. A Falange das Cobras indica o trabalho nas Matas. O tipo de cobra indica o tipo de trabalho.
A cobra coral é considerada uma das cobras mais venenosas do Mundo! Seu veneno é mortal para a pessoa que não for socorrida imediatamente após a picada.
Portanto, quando dizemos Caboclo Cobra Coral, estamos nos referindo a uma Entidade que trata o mais poderoso de todo os venenos... Mas, que também pode utilizá-lo, se assim for necessário!
Esse Caboclo Cobra Coral, nasceu de mãe morta... Vou explicar: sua mãe estava no nono mês de gravidez e andava pelas proximidades da tribo, quando foi picada por um casal de cobras corais.
Ela morreu ali mesmo mas, conseguiu parir e o choro da criança se fez ouvir por toda a Aldeia... Quando acudiram, encontraram um menino esperto segurando uma cobra coral em cada mão.
Ele recebeu, então, seu nome de batismo: "Cobra Coral". Ele cresceu brincando com todo tipo de cobras e animais peçonhentos e sem temê-los.
Quando cresceu, o pequenino índio tornou-se um grande Guerreiro e um grande Líder para toda a sua Tribo, como Cacique Chefe daquela Nação.
Ele era temido pelos demais, porque acreditavam que seu sangue possuía veneno de cobra e, assim, poderia infectar flechas para matar seus oponentes.
Ele viveu muitos anos e comandou com sabedoria a sua Tribo. Morreu idoso de causas naturais, cercado pelo respeito de todos os índios de sua Tribo.
Após sua morte, ele tornou-se um Falangeiro do Reino de Aruanda, servindo a Umbanda com muito respeito e dedicação.

domingo, 20 de novembro de 2011

Pombagira Maria Padilha das Sete Encruzilhadas

"Maria Padilha vem... Na Linha do Cemitério.
Ela não ri, ela não ri, ela sempre fala sério!"


Ela sempre foi discreta em suas incorporações... Compenetrada e objetiva em suas respostas. Nunca omitiu a verdade! Sempre olhou firmemente nos olhos das pessoas, explicando detalhadamente cada situação.
Quando canta seu Ponto, ela explica a sua história... Ela disse que pode contar que viveu no século III, em Roma... E que vivenciou toda a trajetória cristã em sua vida; juntamente com outras pessoas perseguidas pelo Império Romano.
Ela morreu em uma Arena, por se recusar a seguir as ordens dadas pelo Imperador. Como outros cristãos, foi jogada aos leões! Após a sua morte, ela foi recolhida e, logo em seguida, começou a trabalhar...
Essa Guardiã possui muitos filhos para resgatar... Ama a todos e não quer perder nenhum... Enquanto não puder vê-los sãos e salvos, não deixará de trabalhar...
Por isso, escolheu a Calunga, por ser o Reino dos Mortos... Ela é uma Guardiã dos Mistérios Femininos: uma Pombagira! Como Pombagira carrega o nome "Maria", porque pertence à Falange das mulheres que trabalham com Maria Madalena.
Todas as Pombagiras Marias são Socorristas e Mensageiras de Nossa Mãe Maria. Elas trabalham resgatando os espíritos perdidos na Esfera Terrestre, e vão aonde ninguém mais vai: no mais Baixo Umbral.
Usam a aparência sedutora para auxiliar no resgate... Não se vestem de "anjos" para não assustar o socorrido. Assim, caminham pelas Esferas Umbralinas sem chamar a atenção.
Como mulheres "mundanas" podem passar despercebidas pelos seres de todo Umbral e são aceitas com menor desconfiança pelo resgatado. É assim que trabalham todas as "Marias Padilhas".
Com amor e abnegação, elas recuperam os seres extraviados de suas famílias. Depois, encaminham aqueles que podem ser socorridos, e que já quitaram as suas dívidas.
E aqueles que ainda possuem dívidas espirituais para acertar, ficam aguardando a ajuda de uma Pombagira Maria Padilha...
Também é preciso explicar que "Padilha" é um sobrenome que deriva do Latim e significa Fornalha ou Instrumento de Fornalha. Ou seja, elas são o Instrumento que remexe a Fornalha do Umbral.
Essa Maria Padilha viveu muitas vidas na Terra, mas transformou-se totalmente quando conheceu Jesus... Como se sentiu amada e acolhida no amor de Cristo, nunca mais deixou de servi-Lo! E por isso, cumpre a sua missão com amor abnegado.
Pra finalizar, preciso dizer que aprendi a respeitar essa Senhora... Ela me ensinou que "Pombagira" é um dos mistérios da Umbanda Sagrada, e que conhecemos muito pouco sobre o trabalho que elas realizam abnegadamente nas Regiões Umbralinas.
A Pombagira Maria Padilha das Sete Encruzilhadas é uma Rainha Coroada, Chefe de Falange e Líder Espiritual. A sua função é proteger... Mas, a sua maior missão é guardar!

*Aqui, ela me pediu para esclarecer que, quando fala de Jesus e de Maria, ela fala de sua vida anterior à vida em Roma... Nessa vida anterior, ela viveu em Jerusalém e conheceu pessoalmente Jesus e Maria, bem como, todos os Apóstolos e demais pessoas importantes da História. Ela estava lá porque pertencia a Alta Nobreza da Corte Romana.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

O Mundo dos Encantados!

"Nas matas da Jurema houve um tiroteio,
Nas matas da Jurema, houve um tiroteio...
Ei Juremê, ei Juremá! O Pai das Matas mandou lhe chamar!"

A Encantaria ou Terecô é uma forma de Pajelança Afro-ameríndio, uma prática diferente do Culto Umbandista. Ela surgiu em alguns Estados brasileiros do Norte, como o Amazonas; e do Nordeste, como: Piauí, Maranhão e Pará.
Na Encantaria as Entidades não morreram, eles se "encantaram"; ou seja, se transformaram em Seres da Natureza. Como exemplo podemos citar: Sereias, Tritões, Botos, Sacis, Curupiras, etc.
Na Encantaria temos as seguintes Famílias: do Lençol, da Turquia,  da Bandeira, da Gama, de Codó, da Bahia, do Juncal, dos Botos, dos Marinheiros, Surrupira, entre outras... Dessa forma, as Entidades estão agrupados em Famílias e possuem nome e sobrenome. Eles geralmente sabem contar a sua história de quando viveram na Terra antes de se "encantarem"...
Diferentemente da Umbanda, na qual as Entidades são Espíritos de índios, escravos, crianças, etc, e que hoje trabalham dentro de uma Linha de atuação. Com o surgimento da Umbanda e com sua expansão por todo o Brasil, muitos "Encantados" passaram a fazer parte de algumas Falanges de Trabalhadores e começaram a se apresentar nos Terreiros de todo o Brasil.
O Caboclo Sete Encruzilhadas já havia frisado que a Umbanda aceita a todos que queiram trabalhar e evoluir na Lei Maior do Amor e da Caridade. Assim, passamos a ter na Umbanda: o Povo das Matas, o Povo das Águas, etc.
No Povo das Matas, temos alguns Encantados bem conhecidos trabalhando, como: Jurema, Sultão das Matas, Chefe das Matas, Sacizinho, entre outros... E junto ao Povo das Águas temos a atuação de alguns Marinheiros, de Tritões e de Sereias.
Como a Umbanda tornou-se bastante ampla e difundida, ela congregou muitas crenças e Entidades... Por isso, alguns Encantados passaram a fazer parte do Panteão Umbandista.

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quinta-feira, 17 de novembro de 2011

"A Umbanda está semeando e produzindo novos frutos."

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A Umbanda Sagrada possui, hoje em dia, milhares de trabalhadores espalhados pelo Brasil e pelo Mundo afora... Cada trabalhador participa de uma "Casa" com particularidades e atribuições próprias.
Por exemplo: algumas mais "Kardecistas" ou de Mesa Branca; algumas mais Candomblecistas ou de Umbandomblé; algumas trabalhando com a força das magias cruzadas, como a Kimbanda (Quimbanda); e algumas, ainda, mais ecléticas e universalistas, como as Tendas Orientais.
Cada uma dessas Casas possui uma forma particular de conduzir a cerimônia; mas, os traços principais permanecem... Por isso, quando chegamos em uma Tenda, Centro ou Templo de Umbanda, sabemos que é de Umbanda.
A Umbanda tem esse privilégio: o de agregar! O maior mistério da Umbanda é que ela agrega a todos: de múltiplas raças, de todos os credos ou de diversas pluralidades. E foi isso o que o Caboclo das Sete Encruzilhadas ensinou: como servir ao próximo sem distinção de raça, de cor ou de credo.
Quando vivenciamos nossa fé, entendemos o propósito maior de cada Crença e de cada caminho. Pois, cada um possui um jeito próprio de caminhar... Por isso, devemos parar de nos agredir e de discutir... Devemos apenas viver a Religião!
Quando vivemos a Umbanda verdadeiramente, observamos melhor nossos Mentores e aprendemos com Eles. Aprendemos a ter paciência com os Pretos-velhos; aprendemos o valor da persistência com os Caboclos; exercitamos a humildade durante nossos trabalhos e aceitamos a multiplicidade através das Linhas da nossa Umbanda.
A Umbanda aceita qualquer um que queira, verdadeiramente, servir ao próximo com amor e dedicação. É isso que os Santos e as Entidades variadas representam dentro do Culto da Umbanda: ecumenismo.
O ecumenismo é uma ação conjunta em favor do bem comum e em benefício de todos. Ou seja, todos ficam bem e todos se beneficiam!
Umbanda em Paz é isso: semear boas ações, dar bons exemplos e oferecer conhecimento.

"Se espalhamos sementes de flores, mesmo na tempestade, elas florescerão..."
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terça-feira, 15 de novembro de 2011

A aprendizagem na Umbanda.

"A Umbanda cheira rosa, a Umbanda cheira guiné,
A Umbanda cheira rosa, a Umbanda cheira guiné,
Cheira cravo e cheira rosa, cheira flor de laranjeira...
 Cheira cravo e cheira rosa, cheira flor de laranjeira..."

A Umbanda veio com a missão de integrar a diversidade; toda essa diversidade que existe em nosso País e no nosso dia a dia. Convivemos com a multiplicidade de opiniões, ideais e aptidões. Toda essa "pluralidade" gerou a Umbanda...
Por isso, fazer parte da Umbanda é reconhecer que Somos Seres Múltiplos. E que na variedade sempre aprendemos alguma coisa... Por exemplo:
- Com os "Cosminhos" aprendemos a alegria e a pureza;
- Com os "Baianos" aprendemos a simpatia e a simplicidade;
- Com os "Exus e Pombagiras" aprendemos a esperteza e o mistério;
- Com os "Pretos-Velhos" aprendemos a paciência e a tranquilidade;
- Com os "Caboclos" aprendemos a responsabilidade e a firmeza;
- Com os "Ciganos" aprendemos o amor e a espontaneidade;
- Com os "Orientais" aprendemos a cordialidade e a humildade...
Na Umbanda, tanto quem trabalha, quanto quem é atendido, aprende um pouco mais a cada atendimento... Pois, cada Falangeiro nos ensina algo sobre nós mesmos, sobre nossa conduta e sobre nossa vida.
Os Mensageiros ensinam através dos gestos, das palavras e das ações. E o Médium, ao observar, vai apreendendo e se aprimorando... Melhorando, assim, seu caráter e sua índole.
Em cada atendimento que realiza, o médium cura e é curado, ensina e aprende, doa e recebe, beneficia e é beneficiado...
Quem procura a Umbanda para trabalhos diversos, como: amarração, vingança, etc... não procura a UMBANDA, procura a "Magia Negra", porque a Umbanda pratica a Magia Branca, da Paz e do Amor.
A Umbanda pode auxiliar a desenrolar uma situação através da Oração, dos Pontos e dos Atendimentos; mas, jamais, fará uso das mandingas para prejudicar o próximo!
Por isso, muitas pessoas desistem da Umbanda, porque ela age lentamente e as pessoas não têm paciência de esperar... As suas ações se constroem aos poucos e existem aqueles que querem ações imediatas!
Quem conhece a Umbanda e sabe o seu real significado, sempre buscará o uso adequado de sua Lei; ou seja, apenas para beneficiar...
Enfim, é assim que trabalha a verdadeira Umbanda!

As primeiras Tendas da Umbanda...


Zélio de Morais, ao propagar os fundamentos do Caboclo das Sete Encruzilhadas, esclareceu que as Tendas deveriam nascer das Sete Linhas da Umbanda e que, portanto, seriam representadas por sete cores.
Assim, quando do nascimento das primeiras Tendas e a delegação dos poderes para gerir essas mesmas Tendas, alguns dos novos filhos de fé, a exemplo do que ocorre em outras formas de culto, desvirtuaram em grande parte os ensinamentos do Caboclo das Sete Encruzilhadas.

As primeiras Tendas, ou mais especificamente, as Primeiras Linhas de Umbanda eram assim distribuídas...

A primeira linha é caracterizada pela cor amarelo ouro bem clarinho e que seria a cor da Tenda de Santa Bárbara. O Orixá correspondente é YANSÃ, que se caracteriza por ser um Orixá guerreiro e que domina também as águas como todas as Santas Senhoras; mas exerce, além disso, seu domínio sobre os raios, as chuvas e os ventos. Yansã simboliza a forma mágica capaz de afastar os males e as influências negativas. Servindo de amparo às súplicas dos que recorrem ao seu poder vibratório, como o poder de descarregar cargas nocivas de enfeitiçamento.
A segunda linha é caracterizada pela cor rosa, correspondente a Tenda Cosme e Damião. É a linha dos espíritos das crianças, espíritos puros em corpos físicos recém libertos do útero materno, espíritos que não tiveram oportunidade de ampla vivência em corpos físicos, sendo considerados ainda espíritos aprendizes. O Orixá correspondente é IBEJI. A universalidade dessa cultuação religiosa abrange povos que viveram em épocas diferentes e distintas, bem como, em locais distanciados na face da Terra. Em correspondência com áreas espirituais, eles envolvem todas as falanges que foram simbolizadas nos cultos dos gêmeos. Os cultos africanos, introduzidos pelos nagôs e pelos bantus trouxeram uma noção de um transe infantil, denominado "ERÊ" e uma concepção singular do Orixá Ibeji, representado por gêmeos sob várias denominações (Alabá, Doum, Cosme e Damião, Crispim, Crispiniano e Talab). Esse transe era muito considerado pela limpeza fluídica que fazia nos filhos de fé, ao final das práticas de terreiro.
A terceira linha é caracterizada pela cor azul clara. Esta é a única linha que possui mais de uma representação, com vários Santos Católicos sincretizados com ela, a saber: Nossa Senhora da Glória, Nossa Senhora da Conceição, Nossa Senhora dos Navegantes, Nossa Senhora da Guia, etc. O Orixá correspondente é IEMANJÁ. Esta linha é também a primeira a ter um nome negro e que significa "Mãe Peixe". A cor azul de Iemanjá lembra o período em que a vida é gerada no útero materno, é o próprio e complexo ato da fecundação, seguida do período de desenvolvimento do feto no meio aquoso (salino). Daí ser confundido ou bipartido, dando-se a Nossa Senhora da Conceição, a mãe de Jesus, o sincretismo com o Orixá da água doce ou potável, dos rios e cachoeiras, o Orixá OXUM. Iemanjá é o Orixá que possui maior cultuação e os milhões de adeptos a homenageiam coletivamente ao findar e iniciar de cada ano, fazendo a entrega das oferendas apropriadas. Oxum é o Orixá que domina a água doce e o arco-íris e as suas ligações. Porém, exerce o domínio mais acentuado nas cachoeiras, num sentindo geral de purificação.
A quarta linha é caracterizada pela cor verde representativo da Tenda São Sebastião. Representa o elemento verde da natureza, as matas e o povo que nela habita, os chamados índios e seus mestiços, os Caboclos. O Orixá correspondente é OXÓSSI. O culto a Oxóssi envolve uma vasta falange de caboclos, que representam o elemento jovem, o espírito idealista, sendo honestos e desinteressados. Os Guias-Chefes recebem várias denominações. Na Umbanda, esse Orixá recebeu ou absorveu a cultuação dedicada a Ossanha (Ossãe), bem como, as suas prerrogativas no campo das ervas medicinais, sendo de muita expressão nessa magia das plantas. Oxóssi, através dos fluídos das ervas, prepara e limpa com os seus banhos todas as vibrações inferiores, harmonizando as vibrações com perfumes e aromas florais.
A quinta linha é caracterizada pela cor vermelho, representando a Tenda São Jorge. O Orixá correspondente é OGUN; patrono da força aplicada à manutenção da ordem, é constituída pelos espíritos de militares. Ogun é um Orixá muito considerado na Umbanda. Apresentando várias entidades que se manifestam nos terreiros de Umbanda sob os mais variados nomes, entre eles: Ogun Beira-Mar, Ogun Rompe Mato, Ogun Nagô, Ogun Sete Ondas, Ogun Iara, etc. Ogun simboliza o vencedor de demandas com vibrações positivas, aquele que é escolhido para combater as forças do mal.
A sexta linha é caracterizada pela cor marrom, representando a Tenda São Jerônimo. Esta linha é constituída pela força. Seu Orixá correspondente é XANGÔ e significa a força que resolve as pendências, dando a quem é devido o que lhe é de direito. É sempre representado como o homem maduro. A invocação de Xangô envolve desde os Doze Apóstolos a todos os Santos Velhos. No apelo comum a Xangô afluem as forças poderosas que reluzem qual relâmpago na continuidade do trovão, cujo domínio está sob seu poder e tem na rocha firme o simbolismo imutável e inflexível da justiça, em cuja égide é invocado.
A sétima linha é caracterizada pela cor violeta e que corresponde a Tenda de Sant'Ana que representa o elemento velho e servil. É o período em que consciente de toda existência, mas já ocupando um corpo pronto, o indivíduo espera a libertação que virá com a morte. O Orixá correspondente é NANÃ. Este Orixá é considerado como a Senhora Suprema da Umbanda, também invocada como Nanã Buruquê; sendo Nanã carinhosamente chamada pelos adeptos de "Vovó da Umbanda".
E finalmente, temos a cor negra, correspondente a Tenda de São Lázaro. É a ausência da cor e da luz da vida. Zélio de Morais* explica que as cores branco e preto não fazem parte das sete linhas, pois o branco, que é a presença da luz, existe em todas elas e o negro, que é justamente a ausência da luz, está na falta delas. O Santo Católico São Lázaro é sincretizado com o Orixá OBALUAIÊ ou OMULU. Esse Orixá chefia a Falange dos mortos, mas não no sentido distante, de muito tempo... Por ser uma divindade ligada à Terra, procede à purificação material dos corpos, através de suas vibrações especiais. Silenciosas e melancólicas, essas vibrações ajudam a despir o envoltório grosseiro do físico sujeito às vicissitudes e à morte. Contribui assim, para o desenvolvimento do espírito na sua libertação do corpo carnal.
Com essas explanações foram geridas as Primeiras Tendas e formuladas as Linhas iniciais da Umbanda. Mas, apesar das mudanças, transformações e discussões o que realmente importa é a mediunidade e a missão de cada médium. Por isso, trabalhem bem, trabalhem na Lei!
Uma observação final que cabe aqui, é que a palavra "Tenda" a que se referia o Caboclo das Sete Encruzilhadas, diz respeito ao próprio médium, que abriga em si a missão de reunir outros em torno de si.
Atualmente, as Sete Linhas de Umbanda estão distribuídas consensualmente de uma maneira diferente da inicial... Porém, mantendo a mesma ética e princípios adotados pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas. Por isso, lembrem: "O começo é a base de tudo!"

sábado, 12 de novembro de 2011

O desenvolvimento mediúnico na Umbanda.

Five Mindfulness Blessings | Holiday candles, Burning candle ...

Toda religião possui um começo, mas evolui por conta própria. Portanto, é impossível "segurar" a evolução de uma religião.
O mesmo acontece com a Umbanda. Hoje, ela cresceu, evoluiu e tornou-se amplamente divulgada. Existem divergências entre seus pesquisadores, bem como, diferenças ritualísticas visíveis nas Casas de Culto. Mas, devemos levar em consideração o que os mais antigos dizem: "Religião não se discute, se vivencia"!
Para se desenvolver na Umbanda, se faz necessário ler a história da Umbanda. Afinal, conhecer é entender. Depois, se faz necessário assumir o compromisso de ser Umbandista. Em seguida, é preciso dedicação, estudo e participação nos trabalhos de uma Casa (Templo, Tenda ou Terreiro).
Desenvolvimento na Umbanda se faz aos poucos, gradativamente, com banhos de ervas (boris e amacis), com aprendizagem e com humildade nos atendimentos. Por isso, médium de Umbanda não começa a atender imediatamente após sua entrada na Tenda, por mais que ele incorpore... Ele começa a assistir, para compreender e aos poucos vai assimilando seu aprendizado e entrando em sintonia com a Casa.
Como cada Casa possui suas particularidades, é necessário ao médium se adequar ao sistema de regras da Casa na qual participa. Não adianta o médium "pular de casa em casa" achando que assim se tornará mais sábio que os demais, porque viu muita coisa diferente! Ele pode visitar outras casas e aprender com as diferenças, mas sempre respeitando a sua raiz (origem), a mão que o iniciou (primeira feitura) e o Dirigente Espiritual da sua Casa.
Se, por acaso, o médium não se sente adequado a participar de determinada Casa, deve conversar com o Dirigente Espiritual do local e informar seu afastamento e sua mudança para outra Casa.
Aqui ressalto algo muito importante: de nada adianta um médium frequentar inúmeras Casas para se intitular "Chefe de Terreiro", se nunca passou pelos processos de feitura. Mentiras não combinam com o termo UMBANDA!
Muitos médiuns, ao descobrirem que possuem missão de incorporação (psicofonia) dentro da Umbanda, sentem-se inseguros... Eles preferem frequentar outras crenças porque serão menos "expostos".
Cumprir missão mediúnica é difícil, é verdade... Existem os percalços e os testes do caminho. E todos os médiuns que trabalham na Lei e na Ordem Universal sabem disso. Mas, é necessário persistir na tarefa assumida, para seguir sua jornada evolutiva.
Participar de um Culto Umbandista não exige filiação, pois os Terreiros são abertos ao público em geral. A Filiação é exigida para aqueles que pretendem comandar uma Casa de Culto Umbandista, em qualquer uma de suas modalidades: Mesa Branca, Umbandomblé, Omolocô, etc.
Enfim, ser médium umbandista é ser exemplo. É estar atento ao que lhe cerca, sem corromper sua conduta e seu propósito de vida.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

A importância dos Pontos Riscados e dos Pontos Cantados.


Desde a Antiguidade, o homem comunica-se com gestos e com símbolos... No contato com a Natureza, o homem aprendeu a usar o fogo. A utilização do fogo ajudou o homem a se defender contra ataques diversos. Por conta disso, o fogo e a comunicação com símbolos permaneceram na ritualística das Religiões. Ou seja, a utilização de símbolos como forma de comunicação existe desde a descoberta do fogo!
Em todas as Religiões do Planeta, existem diversos rituais que fazem uso de inúmeras simbologias e do fogo... E na Umbanda também se utilizam os símbolos, os gestos e o fogo. Os símbolos estão presentes nos Pontos Riscados. E a comunicação com gestos ocorrem durante todo o Trabalho, enquanto se entoam os Pontos Cantados.
A abertura dos trabalhos em um Terreiro de Umbanda segue uma ordem, em todo o Brasil:
- Primeiramente, os Médiuns asseados, vestidos de branco, concentrados e perfilados para o Trabalho se organizam (mulheres ao lado direito do altar e homens ao lado esquerdo - de quem assiste);
- Depois, riscam-se os Pontos de Firmeza do Terreiro;
- Em seguida, cada um firma seu Anjo de Guarda e concentra-se para dar início ao Trabalho;
- Na sequência, defuma-se a Casa, os Médiuns e toda a Assistência;
- Tudo isso já ocorre na vibração dos Pontos Cantados;
- Então, cada Médium que trabalha com o Passe Mediúnico, incorpora pela ordem de desenvolvimento (do mais velho ao mais novo);
- Por fim, procede-se ao atendimento obedecendo-se as Leis da Casa.
Sempre cantando os Pontos Cantados e utilizando a força dos Pontos Riscados, o Trabalho de Gira acontece... E até mesmo na finalização do Trabalho, exige-se a firmeza do Ponto Riscado e a entoação do Ponto Cantado.
Mas, qual a importância de se cantar para uma Entidade determinado Ponto? E o que significa riscar com pemba o Ponto da Entidade ou o Ponto da Casa?
Riscar um Ponto é como rezar e fazer um pedido àquela Linha que comanda o Trabalho. O Dirigente está pedindo auxílio, bons fluidos, tranquilidade, fortaleza, etc, para a realização dos Trabalhos.
A pemba é uma espécie de giz branco ou colorido de Origem Africana, que é utilizado para riscar os Pontos ou para fazer outras firmezas.
Cantar um Ponto é manter uma boa vibração enquanto se faz os Atendimentos, para que a Energia permaneça atuando no local de forma equilibrada e purificadora.
O Ponto Riscado comunica e eleva a vibração do local e do Médium para um trabalho ordenado... Cada Ponto possui uma função, pois representa a própria Entidade que está trabalhando.
O Ponto Cantado interliga o Médium, a Corrente Mediúnica e a Tenda ao Trabalho a ser realizado. Ele também eleva a vibração energética do local, atuando como uma força protetora.
Por isso se canta, pois já diz o ditado: "Quem canta, seus males espanta!" E por isso também, se desenha o ponto e se acende a vela: "Para dar luz e orientação àqueles que necessitam - sejam encarnados ou desencarnados."
Riscar "pontos" sem conhecimento de nada adianta, pois a vibração do lugar e o equilíbrio dos médiuns é o que realmente importa. É como cantar um ponto sem uma Corrente Mediúnica adequada...
O atendimento possui sua força quando os médiuns desenvolvem a sua mediunidade devidamente. Por isso, incorporar sem preparo e sem orientação é como abrir uma porta rumo ao desconhecido... E o desconhecido é um mundo vasto!

Exemplos de pontos riscados:

Exemplo de pontos cantados:
(Existem algumas variações no ponto, dependendo a região do Brasil.)

A força de um Ponto Riscado e de um Ponto Cantado.


Cada Casa possui suas particularidades ao abrir um Trabalho de Umbanda. Porém, em todos os Templos, sempre que se abre um trabalho, risca-se o Ponto para a firmeza do Trabalho, firma-se o Anjo de Guarda e cantam-se os Pontos de Abertura.

A ordem pode alterar de uma Tenda a outra... Em algumas, o Médium acende a vela para o seu Anjo de Guarda, bate seu Camatulê e entra na Corrente Mediúnica para o início dos Trabalhos. Em outras, o próprio Dirigente firma as velas e os Pontos Riscados, enquanto os Médiuns cantam os Pontos.
Numa abertura, os "Cambonos" defumam a todos os presentes, enquanto o Chefe do Terreiro ou o Atabaqueiro puxa o canto dos Pontos de cada Entidade, que deve incorporar e trabalhar durante a sessão.
Nesse processo, durante a abertura do Trabalho, a fluidificação e a energização do local já está ocorrendo... É nesse momento que a Limpeza Espiritual de todos os presentes começa... Por isso, a saudação dos Guias é tão necessária em um Trabalho de Umbanda.
Cantar o Ponto que representa o Orixá ou a Entidade que comanda o Trabalho do dia, energiza e equilibra a vibração dos Médiuns para o Passe Mediúnico, criando uma perfeita ligação entre o Guia Espiritual e o trabalhador.
O Ponto Riscado serve para purificar e fortalecer o local e a assistência. Por isso, se uma Entidade risca um Ponto durante um atendimento e nele coloca uma vela ou uma erva ou outro símbolo, ele está firmando a pessoa e emitindo uma ordem ao Plano Espiritual. Essa ordem pode ser para: quebrar uma demanda, alcançar um pedido, curar uma enfermidade ou solicitar auxílio.
Cantar ou riscar um Ponto ajuda na formação de ondas de energia, que atingirão a todos os presentes. Porque cada Ponto Riscado é um ponto de força que atua em determinada vibração.
Um Ponto Riscado utiliza determinados símbolos que indicam a Linha na qual a Falange atua. Cada símbolo possui um propósito dentro do Ponto Riscado e a posição do símbolo indica a atuação da Linha naquele momento.
Uma simples flecha pode apontar para inúmeras posições. Afinal, são 360 divisões (360º) dentro do círculo! E isso altera toda a energia do Ponto Riscado... Por exemplo: uma flecha apontando para o Alto firma Oxalá... Uma flecha apontando para baixo, firma Exu.
Além do que, existem os Pontos Complementares. Cada Ponto Complementar, muda totalmente o sentido (significado) do Ponto Riscado... Pois, ele acrescenta um novo Símbolo ao Ponto já existente, indicando o fortalecimento da Linha de Atuação.
Por isso, não há como responder um comentário que diz: por favor, como é o ponto riscado de "fulano de tal" ou de "sicrano"? Impossível... Pois, cada Guia Mensageiro possui seu próprio Ponto Riscado, simplesmente, porque ele é único.
Portanto, jamais deve-se cantar ou riscar Pontos por brincadeira, pois eles atuam na ligação do Médium com seu Guia Protetor. Um Ponto Riscado ou Cantado de forma equivocada, pode atuar ao contrário do que se espera e afastar o Mensageiro, em vez de aproximá-lo...
O Plano Espiritual sempre respeita a Lei do Livre Arbítrio e se o médium pede o afastamento de seu Protetor, ele respeita e se afasta. É como aquele ditado: "Cuidado com o que você pede, que você pode conseguir..."
Por isso, devemos ter respeito pela força de um Ponto Riscado e de um Ponto Cantado, pois eles atuam no chamamento, no direcionamento e no condicionamento do Guia, do Mensageiro ou do Mentor.

Como exemplo segue o Ponto Cantado da Cigana Claudia:
"Cigana vem do Oriente, vem aqui pra trabalhar...
Traz na mão uma estrela cadente e sua sorte vai contar. (2X)
Cigana vem e lê a mão, conte as coisas do coração.
Você pode me dizer, se eu consigo resolver? (2X)"

O Pai Zé de Aruanda quando vem no Terreiro canta assim:
"Nego Cambinda trabalha em Nagô.
Trabalha nas ordens de Nosso Senhor.
Nego Cambinda trabalha no Andor...
Servindo a Umbanda com muito Amor."

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Aruanda

A Morada dos Trabalhadores Espirituais da Umbanda.

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Aruanda é uma Cidade Etérica, localizada em um Plano Dimensional Superior, muito além das Fronteiras Espirituais. Esse distanciamento funciona como uma Barreira de Proteção contra os ataques diversos.
Essa necessidade de Proteção existe, porque todas as Entidades que se apresentam na Umbanda para trabalhar, moram na Colônia de Aruanda. Então, como toda e qualquer Cidade, Aruanda também precisa se defender...
Quando Aruanda iniciou seu trabalho de doutrinação e melhoramento espiritual, sua aparência era diferente do que é agora... No princípio, Aruanda possuía a aparência de uma Cidade de interior, com Vilas de Casas simples e Edifícios rústicos. 
Com o passar do tempo, o trabalho de Aruanda cresceu e o número de trabalhadores aumentou... Isso exigiu que inúmeras alterações fossem realizadas, para garantir a expansão de todo o local.
Agora, Aruanda mais parece uma Cidade Espacial, com edificações futuristas e todo o aparato necessário para a sua Proteção. Surgiram espaços novos, com o propósito de promover melhorias estruturais.
Entretanto, algumas características preliminares permanecem as mesmas, como: a Vila dos Pretos-velhos, a Aldeia dos Índios e o Acampamento Cigano. Esses lugares mantêm uma aparência singular, devido aos seus moradores.
Outros espaços foram readequados, por conta da expansão, como é o caso do Educandário Cosme e Damião e do Setor de Atendimento do Complexo Hospitalar... Dessa forma, Aruanda está sempre expandindo e se modificando para se readequar ao processo de Transição Planetária.
Por todos os lugares de Aruanda, é possível perceber uma enorme mistura de raças, de caracteres, de roupagens, de linguagens e de costumes. Em seu interior convivem Espíritos com Culturas bem diversas e que habitaram a Terra em épocas diferentes.
Todos esses Espíritos, convivendo em Aruanda, são Trabalhadores Espirituais abnegados, dispostos a se sacrificar pelo bem comum. Por isso, a Diversidade Racial, Cultural, Estrutural e Temporal é incrível!
Enfim, assim como seus Trabalhadores Espirituais, Aruanda se renova a cada dia, para acompanhar todas as Mudanças Planetárias!

terça-feira, 8 de novembro de 2011

As Sete Linhas da Umbanda:

... amarelorosaazul - verde - vermelho - marrom - violeta ...

Essa publicação é baseada na divisão proposta por Zélio Fernandino de Morais na criação das Primeiras Tendas de Umbanda e publicada por Diamantino Fernandes Trindade e Ronaldo Linares em estudos da Federação Espírita do Grande ABC Paulista.
Segundo Zélio, temos OXALÁ como Mestre Supremo da Umbanda Sagrada, representado pela cor branca, que indica pureza. O branco representa a Linha Suprema e a convergência de todas as cores.
E em seguida, temos as sete linhas, sendo:
- Primeira Linha: YANSÃ - cor amarelo claro (Tenda de Santa Bárbara);
- Segunda Linha: IBEJI - cor rosa (Tenda Cosme e Damião);
- Terceira Linha: IEMANJÁ (que compreende OXUM e OXUMARÉ também) - cor azul clara (Tendas que levaram o nome de Nossa Senhora);
- Quarta Linha: OXÓSSI (que compreende OSSANHA) - cor verde (Tenda São Sebastião);
- Quinta Linha: OGUN - cor vermelho (Tenda São Jorge);
- Sexta Linha: XANGÔ - cor marrom (Tenda São Gerônimo);
- Sétima Linha: NANÃ - cor violeta (Tenda Sant'Ana)...
E, por fim, a cor negra de OBALUAÊ (São Lázaro); que representa o luto dos Mortos. Dessa forma, na distribuição das Sete Linhas de Umbanda se observavam os Orixás: Yansã, Ibeji, Iemanjá, Oxóssi, Ogun, Xangô e Nanã. Oxalá é a Linha Mestra e Omulu é a Linha Neutra. Lembrando que Exu na Umbanda não ocupa uma Linha, mas uma classificação à parte...
Os Caboclos, Pretos-velhos e Erês são considerados os "Três Sustentáculos da Umbanda" ou Tríade Umbandista. Os Baianos, Boiadeiros e Cangaceiros são os Falangeiros responsáveis por "apaziguar os ânimos"... Os Marinheiros e "Encantados" (Sereias e Ninfas) são Entidades que atuam na "limpeza psíquica" dos Trabalhos. Os Cavaleiros de Oguns quebram demandas e defendem o Terreiro e seus filhos de ataques espirituais. Essas Entidades agrupam-se em Falanges que pertencem às Linhas, comandadas pelos Orixás.
Atualmente, a formação da Guia de Sete Linhas (colar de contas, ou de miçangas) a cor violeta cedeu lugar à cor branca.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Principais Datas Comemorativas da Umbanda.


- Zambi (Olorun) - sincretizado com Deus Pai, comemora-se no Dia de Pentecostes.
- Ifá (Orunmilá) - sincretizado com o Divino Espírito Santo, comemora-se em 31 de maio.
- Oxalufan - sincretizado com Nosso Senhor do Bonfim, comemora-se em janeiro ou na Páscoa.
- Oxalá - sincretizado com Jesus Cristo, comemora-se na Páscoa ou no Dia de Corpus Christi.
Oxaguian - sincretizado com o Menino Jesus, comemora-se no Natal.
- Xangô - sincretizado com São João BatistaSão PedroSão Jerônimo, etc, comemora-se nos dias 24 e 29 de junho e 30 de setembro.
- Ogun - sincretizado com São Jorge, comemora-se em 23 de abril.
- Oxóssi - sincretizado com São Sebastião, comemora-se em 20 de janeiro.
- Obaluaiê - sincretizado com São Lázaro, comemora-se em 17 de dezembro.
- Omulu - sincretizado com São Roque, comemora-se em 16 de agosto.
- Oxumaré - sincretizado com São Bartolomeu, comemora-se em 24 de agosto.
- Logun Edé - sincretizado com Santo Expedito, comemora-se em 19 de abril.
- Okô - sincretizado com Santo Isidoro, comemora-se em 15 de maio.
- Irokô - sincretizado com São Francisco de Assis, comemora-se em 04 de outubro.
- Ossãe - sincretizado com São Benedito, comemora-se em 05 de outubro.
- Ibeji (Erê, Cosminho) - sincretizado com São Cosme e São Damião, comemora-se em 26 e 27 de setembro.
- Exu - sincretizado com Santo Antônio de Pádua, comemora-se em 13 de junho. Em algumas Nações do Candomblé Exu é escravo de Orixá, e por isso não sincretiza com nenhum Santo.
- Nanã - sincretizada com Santa Ana, comemora-se em 26 de julho.
- Iemanjá - sincretizada com Nossa Senhora dos Navegantes, Nossa Senhora das CandeiasNossa Senhora da Assunção ou Nossa Senhora da Glória, comemora-se em 02 de fevereiro ou 15 de agosto.
- Oxum - sincretizada com Nossa Senhora de LourdesNossa Senhora Aparecida ou Nossa Senhora da Imaculada Conceição, comemora-se em 11 de fevereiro, 12 de outubro ou 08 de dezembro.
- Yansã (Iansã) - sincretizada com Santa Bárbara, comemora-se em 04 de dezembro.
- Oyá - sincretizada com Santa Catarina de Alexandria, comemora-se em 25 de novembro. Costuma também ser sincretizada com Santa Clara de Assis, celebrada em 11 de agosto.
- Obá - sincretizada com Santa Joana d'Arc, comemora-se em 30 de maio.
- Ewá - sincretizada com Nossa Senhora da Piedade, comemora-se em 15 de setembro. Em outros sincretismos ela está associada à Santa Luzia, celebrada em 13 de dezembro.
- Pombagira - sincretizada com Santa Maria Madalena, comemora-se em 22 de julho.


Observações:
* Existe bastante concordância entre algumas Festas e alguns Sincretismos. No entanto, existem algumas discordâncias relacionadas aos Orixás menos cultuados na Umbanda.
* Deve-se dar atenção especial ao Culto de Oxum e de Iemanjá, visto que as duas são sincretizadas com Maria, não importando a sua nomenclatura como "Nossa Senhora". Dependendo a região, a mesma Nossa Senhora pode ser tanto Oxum, quanto Iemanjá.
* Outrossim, aqui não analisamos as variações de regiões, como é o caso de São Jorge com São Sebastião (Rio de Janeiro e demais regiões). Nem, as variações de Nações, no caso de São Jorge com Santo Antônio (Umbanda e Candomblé). Bem como, sem análises para as Dijinas (Qualidades dos Orixás).
* O mesmo ocorre com os Orixás Femininos: Oxum e Iemanjá que possuem variações nas datas festivas, bem como no seu sincretismo individual. No entanto, como a Linha das Águas engloba todas as Mães Marias, todas as datas para Nossa Senhora, são válidas para essa Linha...
* No caso de Yansã e Oyá, ambas fazem parte da mesma Linha (das Mães e das Águas) e representam as mesmas características na Umbanda. Ou como o Orixá Ewá, que também está na Linha das Águas.
* A Umbanda realiza culto aberto ao público, enquanto o Candomblé realiza culto fechado... Somente em dias de Xirê (Festa do Orixá) o público pode comparecer na Roça de Candomblé.
* Lembrando que a Umbanda não realiza feitura de Orixá, mas desenvolve o médium durante as Giras do Terreiro. Se uma Casa de Umbanda realiza feitura de Orixá, ela deixa de ser Umbanda Pura e passa a ser de "Umbandomblé".
* Aqui nós separamos a maioria dos Orixás e seus sincretismos, como é o caso de Oxalá, Oxalufan e Oxaguian; contudo, na Umbanda, eles representam o mesmo Orixá "Oxalá".
* Poucos falam de Olorun (Zambi) em suas comemorações, mas Ele é o Supremo e nunca deve ser esquecido, muito menos desmerecido! Jamais esqueçamos que todos os dias pertencem à Ele!
* Uma última observação... Quando o sincretismo começou a ser adotado, algumas correlações eram diferentes daquelas adotadas atualmente... Hoje em dia, está mais "padronizado". Por isso, os Livros mais antigos podem trazer referências discordantes das atuais.

domingo, 6 de novembro de 2011

"Santo de Cabeça"


A palavra Orixá significa literalmente "Senhor da Cabeça" e, como tal, representa o Santo principal ao qual está ligado espiritualmente, toda pessoa que tenha missão. Ou seja, o "Santo de Cabeça" é uma expressão bastante significativa para o Filho de Santo.
Em relação ao Candomblé e à Umbanda, há uma nítida diferenciação no que se refere aos Orixás. Na Umbanda Sagrada, o Orixá atua em função da "vibração" na sua Linha de Comando. O qual influi diretamente nos Mensageiros Espirituais, que são os Guias... E estes incorporam no Médium para os Trabalhos a serem realizados.
Na dualidade "Santo-Orixá", há os que viveram e os que nunca tiveram passagens terrenas. Explicando: O Umbandista parte do princípio de que todo o Orixá é "Santo", mas nem todo Santo é um Orixá... Ou seja, todo Orixá é uma Entidade de Luz, portanto é Santo. Ao contrário, os Santos são espíritos de pessoas comuns que tiveram vida na Terra, mas evoluíram...
O sincretismo dos Orixás com os Santos, ocorre em virtude da Hierarquia Celestial e de acordo com as missões que estes desempenhavam na Terra. Para tanto, observa-se a similaridade de características entre o Orixá escolhido e o Santo que foi definido...
Quer dizer, os Orixás têm sido representados de forma perceptível aos nossos sentidos, simbolicamente, ou pertencendo a Linhas divisórias de vibrações, para o nosso melhor entendimento. Pois, a energia do Orixá é tão grande que é impossível expressá-la em palavras ou desenhos.
Como o Orixá age no Campo Astral, ele é imperceptível ao nosso conhecimento... Entretanto, cria-se uma imagem que permite que este seja cultuado, de maneira a haver um entendimento pela maioria. Da mesma maneira que os Anjos e Arcanjos, aos quais se atribui símbolos, cores e características litúrgicas, como forma de entrosamento entre o Ser Humano e o Plano Divino. 
Por isso, ao ingressar na Iniciação Religiosa (de qualquer Ordem), o iniciado busca galgar o Desenvolvimento Espiritual, através de Práticas Litúrgicas diversas, sempre em sintonia com o Código Sagrado da Hierarquia.
Na Umbanda temos a seguinte Hierarquia a seguir: Povo, Linha, Falange, Falangeiro e Trabalhador... O Orixá na Umbanda representa o Comando da Linha. A Falange representa a reunião de todos os Mensageiros da Linha, onde o Falangeiro é o Trabalhador Espiritual que se liga ao Médium para realizar o Trabalho Mediúnico.
Precisamos entender que o Santo que comanda a cabeça, comanda toda a Hierarquia do médium em questão, o qual define sua Linha de trabalho... Portanto, se temos Oxalá no comando, é evidente que o Caboclo Chefe de Falange deve ser de Oxalá, bem como, os seus Guias-auxiliares.
Enfim, é Olorun que permite ao homem, seja pelo uso instrumental ou material, possa este fixar o seu pensamento e sintonizar a sua fé... Mas, são seus Filhos que cuidam de sua Criação.

sábado, 5 de novembro de 2011

Camatulê


Camatulê é o nome que dá à cabeça do médium depois que ele passou por Feitura. Ou seja, somente depois que o médium recebeu todos os preceitos e "desenvolveu", podemos dizer que ele possui "camatulê".
Antes do desenvolvimento, o médium possui "cabeça sem dono", quer dizer, sem uma Proteção específica... Mas, após o desenvolvimento, a cabeça do médium tem Dono!
A feitura funciona como um "apadrinhamento" e um fortalecimento de seus dons pessoais. Ou seja, a benção, a preparação e o procedimento representam a confirmação dos votos pessoais perante a missão assumida.
Basta dizer que, desde o Velho Testamento Bíblico, todos aqueles que possuem missão recebem uma "unção", que representa a confirmação daquilo que está programado para a sua vida.
Toda missão é definida especificamente, com o propósito de auxiliar a evolução do espírito... Por isso, todo o processo de desenvolvimento é como uma afirmação: "Sim, eu aceito cumprir minha missão!"
Quando o médium desenvolveu e aceitou sua missão, dizemos "bata a cabeça" para firmar o seu camatulê, que significa: confirme seu Axé, sua proteção e sua missão!
O ato de "bater cabeça" representa a confirmação do médium perante o Axé da Entidade, ou seja, a bênção do Guia Protetor.
O médium que desenvolveu tem um Responsável que zela dele, um Protetor Encarregado por fazer o médium "andar na Linha"...
O Guia Protetor Dono da Cabeça do Médium é chamado de "Pai de Cabeça" ou "Mãe de Cabeça". No Candomblé é o Orixá que assume a frente... Na Umbanda ele é definido pelo Chefe da Linha.
Aqui vamos evitar detalhar toda a Hierarquia Celestial e todo o Código Divino, bem como, o merecimento de cada um em pertencer a uma determinada Proteção.
Isso nada tem a ver com a proteção de Deus (Zambi/Olorun), porque o Criador é Pai de todos e protege a todos igualmente...
A Proteção da Cabeça refere-se a Linhagem Ancestral do médium, que assumiu o compromisso de cumprir a sua missão de vida, com todos os Guias e Mensageiros que lhe acompanham...
Por isso, existe a necessidade de "cobrir a cabeça", para que o Camatulê não fique exposto... Afinal, é no Camatulê do médium que está a sua ligação com toda a Espiritualidade Maior!

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Os trabalhos na Umbanda.

Resultado de imagem para incorporação na umbanda

Quando um médium entra para a Corrente Mediúnica de uma Casa, o primeiro passo é equilibrar sua energia e prepará-lo para o trabalho.
Isso se faz com os boris (banhos simples) e com os amacis (banhos mais completos). E se o médium necessitar de uma limpeza, ela também será realizada.
Os trabalhos ou despachos para o médium devem ser realizados de acordo com a necessidade de suas Entidades e de seu desenvolvimento. Se uma das Entidade pedir um agrado, cabe ao médium providenciar e cabe à Casa direcionar...
Enquanto na Umbanda se utilizam muitas velas, ervas, aromas e magias; no Candomblé segue-se todo um ritual de preparação da comida do Orixá, sua apresentação e oferenda. Portanto, é nisso que a Umbanda diferencia do Candomblé.
No entanto, se houver necessidade, durante a realização do passe mediúnico, podem ser realizados trabalhos para o médium ou para alguém da assistência... Desde que, esses trabalhos utilizem somente os materiais do local: velas, fumegos, descarregos, ervas, orações, pontos riscados, pontos cantados, etc.
É dessa forma que a Umbanda age, pois atende a necessidade imediata do atendido, utilizando-se dos meios disponíveis para auxiliar naquele exato momento.
Por isso, o que mantém uma Casa de Umbanda são os próprios médiuns e as doações recebidas. E todo o valor é direcionado para a compra de materiais necessários para a realização dos trabalhos. 
Os demais trabalhos são realizados sem a presença de uma assistência, para evitar a curiosidade alheia e a desinformação da plateia.
A Umbanda também realiza determinados trabalhos como no Candomblé, a fim de energizar e equilibrar determinadas situações.
No entanto, a forma como o trabalho é realizado diferencia de Nação para Nação, de Terreiro para Terreiro, e de uma Tenda à outra...
Existem trabalhos que funcionam como limpeza psíquica e espiritual; outros agem como firmeza; e existem, ainda, os trabalhos de feitura, também chamados de "Obrigação do Orixá".
Os trabalhos de "Obrigação" são realizados para firmar o "Santo" da pessoa e equilibrar sua mediunidade, para que ele possa trabalhar corretamente dentro do Terreiro.
Na Umbanda, os trabalhos, as obrigações e os despachos são realizados de uma forma totalmente diferente do que no Candomblé.
Muitos trabalhos exigem que se faça o despacho primeiro, porque é Exu quem recebe o primeiro agrado... Por isso, lembramos que fazer um trabalho, não é simplesmente fazer um "despacho", porque o único que pode ser despachado é Exu.
Em toda e qualquer situação existem as regras a serem seguidas, para que tudo aconteça dentro da Lei Cósmica e da Ordem Universal...
Todos nós devemos respeitar e seguir o que determina a Lei Maior... Pois, o que é de Umbanda é apenas de Umbanda. E cada Nação possui a sua Lei!
Quem usa o Código Sagrado da Umbanda para realizar trabalhos de prejuízo para o próximo, adquire um grande Kharma negativo, difícil de ser corrigido!

(*Despacho é um termo jurídico que define a resolução de uma autoridade, em relação a um requerimento ou petição a si dirigido, de modo a tornar o despacho deferido ou indeferido.)