sábado, 28 de janeiro de 2012

Vovó Cambinda

"Cambinda mamãe ê, Cambinda mamãe á!
Segura essa filha que eu quero ver...
Filha de Umbanda não tem querer!"

Vovó Cambinda é uma Preta-velha que pode ser de todos os lugares! Ela pode ser: de Aruanda, de Angola, de Nagô, da Guiné, das Almas, do Congo, do Queto (Ketu), do Cruzeiro, etc. Esta é Vó Cambinda de todas as Nações!
Ela é uma Entidade que conversa bastante, com voz calma e mansa, que caminha bem arcada e lentamente, e que se apresenta com trajes humildes... Como enxerga muito pouco, isso obriga o médium a piscar várias vezes durante a consulta. 
Ela ri muito, faz seu fumego e gosta de contar "causos" do tempo da escravidão... Pois, conhece muita coisa da vida. Ela é uma "Vó" que gosta de puxar a orelha de seus filhos e que dá bronca como toda boa velha Iyabá.
Ela também é especialista em solucionar problemas de ordem pessoal, com conselhos que caem como uma luva em seus filhos! Ela é uma Entidade que não deixou de ser "babá" dos sinhozinhos e da molecada da Senzala.
Vovó Cambinda trabalha em diversas falanges, com diferentes denominações. Cada uma possui suas particularidades e suas histórias mas, todas elas, possuem em comum, os trejeitos e as manias que definiram muito bem seu aspecto e sua apresentação nas Tendas de Umbanda.
As Pretas-velhas "Vovó Cambinda" representam esse apanhado de negras que trabalharam nas Casas de Engenho cuidando da gurizada (molecada) e da comida que era servida aos patrões e aos escravos.
Elas são Entidades sábias, recatadas, zelosas, amorosas, pacienciosas e abnegadas... Sem mágoas em seu coração, elas sempre aconselham o amor ao próximo.
Quem possui em sua Tenda uma "Vó Cambinda" zele dela com muito amor e respeito, porque ela trabalha com dedicação... Mas, sabe ser exigente com seus filhos.
Como ela mesma diz: "Ela é nega de uma palavra só e quando diz que não quer mais e não faz, nega véia não faz!"

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Pai Cipriano das Almas

O feiticeiro do Terreiro!

Esse mestiço africano, nasceu no Brasil Colônia, do amor entre um escravo e uma sinhazinha. Sua mãe o entregou aos cuidados de seu pai, assim que ele nasceu... E ele foi criado por sua avó paterna.
Nunca descobriram de quem ele era filho, por isso seu pai nunca pagou por esse crime de amor. Tudo foi feito no mais absoluto sigilo pelos administradores da fazenda, enquanto os pais da moça viajavam pela Europa.
Ao retornarem, nada desconfiaram e como a sinhazinha estava prometida em casamento, todo o restante foi realizado conforme o combinado. A moça mudou-se para a Europa e nunca mais retornou ao Brasil, provavelmente para não ver seu próprio filho entregue à escravidão.
O menino, de olhos verdes, cresceu em meio aos seus irmãos de descendência africana. Por ser um menino inteligente e perspicaz, conviveu também com os sinhozinhos da fazenda. Ele aprendeu os costumes de uns e de outros.
Ao crescer, descobriu sua origem verdadeira e revoltou-se... Quis vingança! Seu pai o aconselhou, mas de nada adiantou... Usou os conhecimentos ancestrais de sua linhagem paterna, juntamente com seus dons, para a mandinga em magia negra.
Ele era exímio no que fazia... Sabia curar, mas também sabia a arte de matar. Conhecia tudo o que se podia conhecer sobre a magia, dos negros e dos brancos. E seus dons científicos de outras vidas lhe davam conhecimento suficiente sobre qualquer tema.
Queria ter sido criado entre os brancos, não entendia a discriminação. Revoltou-se mais ainda ao descobrir quem era sua mãe de verdade e porque ela o abandonou... Tornou-se um carrasco sem leis para os brancos e para os negros.
Aos inimigos de sua causa dedicava especial atenção. Aos amigos causava temor... Viveu assim, quase toda a sua vida. Desposou três negras da senzala que lhe serviam com fidelidade. Teve sete filhos e os ensinou a magia, a artimanha e a arte de fugir... Não queria filhos escravos.
Ele viveu na região "das Minas Gerais" (em Ouro Preto) até os 98 anos. Ao final de sua vida fez amizade com um Frei Capuchinho de nome Lázaro. Ele havia conhecido José de Anchieta, um pouco antes de sua morte... Igualmente devoto de Nossa Senhora, esse Frei decidiu andar pelas Fazendas para auxiliar os escravos.
O Frei lhe falou de Jesus, de Maria, de São Lázaro e da conversão de Cipriano. Achou a história de Cipriano muito parecida com a sua (claro, sem a escravidão). Também sentiu que Jesus parecia o Orixá Oxalá e que Maria se parecia com sua Mãe Iemanjá.
Em São Lázaro sentiu a afinidade com Obaluaiê, seu Orixá protetor. Então, por fim, deixou a magia negra de lado. Começou a praticar a cura, a oração e o benzimento. Fez isso a partir dos 70 anos até morrer...
Nunca conheceu sua mãe biológica. Mas teve em seu pai e sua avó todo o amor necessário para evoluir. Deixou a revolta de lado e pediu perdão aos deuses africanos e aos deuses católicos.
Quando desencarnou, foi recolhido em Aruanda e convidado a trabalhar na Falange dos pretos-velhos como "Pai Cipriano". O nome Cipriano foi escolhido devido a história de São Cipriano, que assim como ele, praticou a magia oculta e também encontrou o caminho da redenção.
Como Preto-Velho ele seria responsável por recolher todas as almas dos escravos revoltados e feiticeiros como ele. Após recolhidos, deveria aconselhá-los e encaminhá-los... E assim o fez.
Atualmente, trabalha com amor e dedicação na Seara da Umbanda Sagrada. Compreendeu que perante Deus (Olorun/Zambi) todos são irmãos... E também entendeu que, para evoluir, precisamos aceitar nossas dívidas de vidas passadas.

"Salve Pai Cipriano, o Feiticeiro do Terreiro!
Saravá, Saravá, Salve as Almas..."

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Frases que o "Senhor Tata Caveira" gosta de utilizar em suas conversas...

Weapons, Swords, Scythe

- Eu gosto das gordinhas porque têm carne, esse negócio de esqueleto, já chega eu... Já pensou osso com osso!? (Elogiando a mulher que se menospreza e fazendo-a se sentir melhor.)

- Você quer que eu vá te buscar pra dar uma voltinha no cemitério comigo? (Quando a pessoa diz que quer conhecer o "outro lado".)

- Você tem certeza que quer que eu te ajude? Se eu levar o indivíduo embora você não vai reclamar? (Quando a pessoa pede para fazer alguma coisa "errada".)

- É bom incorporar nas mulheres porque dá pra brincar com as mulheres... Se eu incorporo num homem vou querer agarrá-las e não dará muito certo! (Referindo-se ao fato de estar trabalhando sério!)

- Você não venha de mentira comigo, porque eu enxergo a verdade! Comigo é tudo transparente! (Falando de sua aparência de caveira...)

- Quando você morrer vou te levar pra trabalhar comigo! Você é muito eficiente! Estou precisando de uma secretária assim! (Quando ele atende um mulher bonita...)

- Quem disse que pra trabalhar tem que ser sério? Eu posso trabalhar sorrindo! (Quando lhe perguntam porque ele está sempre de bom humor...)

- Esse namorado que você tem é muito fraco mesmo! Se fosse eu, você ia ver! Ah, que pena que não estou na carne! (Quando a moça reclama que o rapaz não lhe dá atenção.)

- Como você é mentiroso: o que você está fazendo aqui, se diz que está tudo bem? Então vá pra casa! (Quando o consulente diz que está tudo bem.) E depois emenda: Você sabe que não pode mentir pra mim: eu enxergo através das aparências! Mas, vamos lá que eu vou te ajudar...

- Quando é pra ajudar, eu tiro até o couro do indivíduo! É por isso que eu sou uma caveira! Porque eu vou até o fundo de uma questão... até achar uma solução e deixar o vivente só em osso! (Referindo-se ao fato de sempre agir de acordo com a Lei Maior e sempre fazer o que é certo!)

- Ih, você tem medo de mim? Então não pode morrer... pois sou eu quem estará te esperando do outro lado! (Quando conversa com um médium medroso.)

- Uhn, vamos ver.... O seu nome está no Livro da Lei! Então, acho que eu virei te buscar! (Ahhhhhhhh...)