quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Mestre Boiadeiro

Algumas pessoas desconhecem que uma Entidade ao se apresentar na Umbanda possui nome, sobrenome, ponto cantado, ponto riscado, agrupamento ou Falange, Linha de trabalho e atuação, entre outras características.
Além de toda a apresentação que a Entidade faz, ela também possui sua história particular de vida e pode relatar sua última encarnação ou outra que desejar... Observando esses aspectos, a Entidade se preserva e comprova que é um verdadeiro trabalhador da Seara Umbandista ou de uma das Nações Africanas. Um espírito sem treinamento (quiumba ou obsessor) não possui esses predicados e conhecimentos.
Essa Entidade em questão, é um "Encantado da Jurema". Ele trabalha na Encantaria, no Catimbó e na Jurema, mas também pode atuar na vibração da Umbanda, na Falange dos Boiadeiros. Os Encantados são espíritos que se transformaram ou "transfiguraram", deixando para trás sua roupagem terrena e assumindo uma nova roupagem fluídica.
Um Mestre Boiadeiro é o Chefe da Comitiva de Boiadeiros ou condutores de gado. Existe também o Mestre Vaqueiro, Chefe da Comitiva dos Vaqueiros, condutores de vaquejadas, etc. O Chefe dos Peões é aquele que comanda a "peãozada" (ou peonada), na lida com cavalos e nos trabalhos braçais em geral.
Todo boiadeiro, vaqueiro ou peão possui uma coisa em comum: a fé. Todos, sem exceção, acreditam em Deus (Pai Maior), em Jesus (Pai Menor) e em Maria (Nossa Senhora ou Nossa Mãe). Enfim, na lida do campo e da roça existem muitos trabalhadores abnegados cumprindo suas funções de servos do Senhor.

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segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Cabocla Jandaia

Jandaia nasceu e viveu por toda a sua vida na Sibéria, entre os povos nômades Koryak (Coriacos). Era o século XIV e a Sibéria ainda era um país livre com costumes ancestrais, passados de geração em geração.
Em sua tribo, os mortos não eram enterrados, eram dissecados, pois o frio e as geleiras impediam o funeral. Alimentavam-se de renas e utilizavam os cães huskies cães para puxar os trenós no gelo.
Os Koryak possuíam vários costumes similares aos Xamanismo; como a crença em várias deidades, a preservação da natureza, o respeito ao sagrado, a pajelança, entre outros.
Assim como os búfalos representavam um importante papel para os indígenas norte-americanos, as renas representavam a sobrevivência de todo o Povo Koryak.
Os homens de sua tribo eram guerreiros natos, que sabiam manejar o machado nas lutas, domesticavam os huskies e apaziguavam as renas.
As mulheres eram artesãs, cozinheiras e ligadas ao misticismo. Confeccionavam amuletos, benziam contra os males espirituais e sabiam cozinhar poções que fortaleciam os homens nas lutas diárias.
Quando as meninas tornavam-se moças, podiam se casar. Os meninos, ao se tornarem rapazes, podiam viajar, caçar e aprender os demais costumes da tribo. Após o casamento, os jovens podiam escolher viver com a família da moça ou do rapaz, dividindo o acampamento.
Era costume entre alguns povos nômades da Sibéria, o consumo do chá de amanita buscaria, um cogumelo nativo que podia curar os males do corpo e da alma.
Jandaia aprendeu e seguiu todos os costumes de seu povo e com dezesseis anos casou-se com um jovem da tribo. Os dois escolheram viver no acampamento dos pais do rapaz, por serem mais idosos, auxiliando-os em todos os afazeres cotidianos.
Durante uma nevasca que atingiu toda a Sibéria, muitas tribos passaram por dificuldades e sobreviveram graças ao preparo com as renas e ao chá da amanita.
Jandaia desencarnou, em consequência de uma forte febre, deixando dois filhos para continuar a Linhagem Koryak.

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quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Jandiara

A Cabocla Sereia do Rio e do Mar.

Essa Cabocla trabalha no "Reino das Duas Águas", de Mamãe Iemanjá e de Mamãe Oxum.
Ela viveu entre os séculos XV e XVI, nas terras onde hoje se localiza Trancoso (Vilarejo de Porto Seguro) na Bahia.
Jandiara era uma índia Tupiniquim que visualizou o primeiro contato dos Portugueses com a Terra Brasileira.
Eles aproximaram-se do litoral com uma esquadra de dez naus, três caravelas e cerca de 1,2 mil homens.
Durante os dez dias que a frota de navios de Pedro Álvares Cabral passou no Brasil, em abril de 1500, Jandiara estava lá para ver tudo.
Assim como seu povo, ela ficou encantada com toda aquela diferença e movimentação de homens cobertos com roupas estranhas. Mas, sem entender o que acontecia de fato.
A sua tribo ganhou muitos presentes, na tentativa de uma comunicação. Ela estava com 20 anos na época e era casada com um dos caçadores da tribo.
Ela era uma tecelã que confeccionava redes para a pesca e para dormir. Em sua tribo haviam também: plantadores, coletores, pescadores, artesãs e tecelãs.
Somente um ano depois eles visualizaram novamente o homem branco e, assim, sucessivamente nos anos seguintes.
Então, as visitas e explorações do homem branco começaram a aumentar a partir de 1511, tornado-se frequentes e efetivas.
Muitos embates começaram a ser travados quando os índios perceberam as reais intenções dos portugueses.
Os índios também não aceitavam se submeter aos brancos como seus escravos, afinal, nasceram livres e queriam morrer livres.
Como os portugueses estavam melhor armados e atacavam  os índios de surpresa, muitas tribos começaram a ser dizimadas.
Em um desses embates, muitos de sua tribo morreram, inclusive Jandiara, que desencarnou com 30 anos ao lado de seu esposo e filhos.
Os índios que sobreviveram tiveram que se submeter à Coroa Portuguesa e passaram a lutar junto com eles.
Em 1530, os Tupiniquins e os Portugueses lutaram contra os Tamoios, numa revolta que ficou conhecida como a Revolta dos Tamoios.
Assim, o Brasil foi construindo a sua história com a morte de muitos índios e o fim de muitas Aldeias.
Trancoso tornou-se uma Aldeia Jesuíta em 1586 e ficou conhecida como São João Batista dos Índios. Ela foi fundada com a finalidade de defender a região dos contrabandistas de pau-brasil e de outras riquezas.
O espírito de Jandiara e de muitos outros índios permaneceram em solo brasileiro, para tentar socorrer a terra de seus ancestrais.
Mas, quando perceberam que seria impossível, foram recolhidos à Terra de Jurema para iniciarem uma nova jornada.
E assim, juntamente com outros índios, a "Jurema Espiritual" iniciou...

sábado, 18 de agosto de 2012

Cabocla Sete Saias da Jurema

Antes de ser aconselhado a escrever essa postagem, eu nem sabia da existência dessa Entidade. Quando ouvi seu nome pesquisei e nada encontrei. Ela me procurou e contou sua história e me explicou porque se chama "Sete Saias da Jurema", sendo ela uma Cabocla.
Ela era uma índia Puri, que nasceu em 1537, no Brasil Central, entre o Planalto Central e a Serra da Mantiqueira. O local de seu nascimento ainda era preservado dos olhos dos bandeirantes, até o ano de 1550, quando ela contava com 13 anos de idade.
Seu avô era o Cacique da Tribo e seu pai era um grande guerreiro. Ela tornou-se moça e foi prometida em casamento ao filho do primo de seu pai, de uma tribo vizinha. Seu nome era Jaci, como a Lua e seu noivo se chamava Guaraci, como o Sol. Mas, os dois quase não podiam se ver... Então, os demais índios brincavam: "Como o sol e a lua eles não podem se encontrar..." E saíam rindo e fazendo graça. Jaci não ligava para as brincadeiras, até gostava.
Ela era uma moça que se divertia ao tomar banho nas cachoeiras e rios da região. Adorava subir as montanhas e cantar para o vento. Ou subia nas árvores mais altas e se comunicava com os pássaros e animais das florestas. Assim, passava seus dias, fazendo aquilo que mais gostava: viver em meio a Natureza. Também auxiliava os afazeres da tribo e participava de todos os rituais em que era permitido a participação das mulheres.
Com a chegada dos primeiros bandeirantes em busca de jazidas de pedras preciosas, os embates com os índios começaram a ser travados. Quando o homem branco chegou a região onde se localizava sua tribo, Jaci estava em uma árvore observando... E, quando percebeu, o ataque já havia começado.
Sua tribo estava despreparada, mas lutou bravamente. Muitos morreram e muitos foram aprisionados. Ela foi levada junto com os outros índios que foram escravizados, para auxiliar na extração de Pau-Brasil e pedras preciosas.
Jaci ainda viu sua mãe uma última vez. Seu pai, seu noivo e a maioria dos homens guerreiros das duas tribos foram mortos em combate. Amarrada, junto aos outros de sua tribo, Jaci chegou ao litoral e percebeu que sua terra não era mais a mesma.
Os homens que trabalhavam nas embarcações eram rudes e sedentos de desejo e ao avistar as mulheres indígenas nuas, jogavam-se em cima delas, possuindo-as a força. Essa parte da história, muitos tentaram esquecer, mas Jaci nunca esqueceu... Pois foi assim que deixou de ser virgem: forçada por um tripulante de um dos navios. Ainda tentou se debater, mas nada conseguiu, a não ser atiçar ainda mais o desejo do homem.
Depois de ser usada, Jaci chorou muito, pois não entendia porque Tupã permitia tudo isso. Ela percebeu que sua Terra estava sendo saqueada e que seus tesouros estavam sendo roubados. Os índios capturados foram obrigados a trabalhar em troca de suas vidas. Alguns tentavam fugir e eram mortos. Outros se matavam, atirando-se ao mar...
Todos os dias, Jaci implorava a Tupã, a M'boi e a Mãe Iara, que tivessem misericórdia e abrandassem o coração daqueles homens sem escrúpulos.
Jaci sempre carregava consigo sete penas de cores diferentes, das aves da floresta - uma recordação de sua tribo e sua terra. Ela teceu um saiote com folhas secas e colocou as penas ao redor, para recordar sua vida perdida. As penas lhe pareciam muitas saias a lhe proteger dos olhos do homem branco.
Um ano após sua captura, Jaci ficou doente (doença de homem branco) e sua doença não teve cura. Assim como outras índias, foi largada à míngua para morrer porque não servia mais aos interesses dos conquistadores.
Triste, ela percebeu sua raça sendo subjugada e aniquilada pelos interesses daqueles homens. Quando cerrou os olhos, duas lágrimas verteram por sua terra e sua gente. Assim, morreu Jaci... Assim nasceu a Cabocla Sete Saias da Jurema!

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Cacique Cobra Preta

"Aquele que extrai os venenos."

Esse Caboclo, que atua na Linha das Almas (cura), foi um Inca que viveu no século XV, na região onde hoje se encontra a cidade de Lima, no Peru. 
O Império Inca, chamado na época de "Tawantisuyu", era governado por Pachukuti, imperador Inca, que iniciou a expansão do Reino e sua divisão em Suyus... O Império Inca era dividido em quatro Suyus: Chinchaisuyo, Kollasuyu, Antisuyu e Kuntinsuyu.
Cada Suyu era comandado por uma espécie de governador, o Tukriquq (ou Apus). Os "Suyus" ainda se dividiam em regiões ou aldeias. Cada Aldeia era comandada por um "Kuraka" ou Cacique. Cada Kuraka devia obediência ao Tukriquq.
Como é possível é perceber, os Incas eram extremamente organizados... E já seguiam a mesma dinâmica que se segue nos dias atuais, em questão de governabilidade.
O Governo Central se concentrava no Templo do Sol (Koricancha) na cidade de Cuzco, considerada a capital do Império e o umbigo do Império Inca.
Agora que explicamos a distribuição do Império Inca, vamos relatar a história desse Caboclo...
"Alchuapa" esse era seu nome, pertencia ao Clã das Serpentes Negras... Essa Aldeia localizava-se ao Norte do Império e pertencia ao Suyu Chinchaisuyo.
Como todo iniciado em Xamanismo, Alchuapa mantinha contato com toda espécie de animais peçonhentos durante a iniciação. Ele podia ficar dias sem comer ou beber e, mesmo assim, sobreviver incólume.
Sua força estava em contactar as cobras negras da região: muçuranas, caninanas e sucuris escuras. Elas se enrodilhavam em seu corpo enquanto entrava em transe, depois de beber o preparado de ervas do Ritual Xamânico.
Ele assumiu como "Kuraka" uma das Aldeias do Suyu ao norte, após terminar sua formação como Xamã. Ele governou até o início do século XVI, quando os espanhóis iniciaram sua invasão.
Então, muitas batalhas foram travadas, muitos Apus foram mortos e Alchuapa terminou a sua jornada como Inca nesta terra.
Alchuapa peregrinou como espírito por toda a América do Sul e viu muitas tribos diferentes e muitos homens de outras Nações e outros costumes. Assistiu muitas batalhas e muitas mortes. Muitas transformações aconteceram em suas terras.
Quando ele viu o negro chegar ao Brasil para ser escravizado, admirou sua cor de pele, pois era negra como as serpentes que ele conhecia. Alchuapa acompanhou a tudo como espírito e percebeu a força dessa raça, parecida com a sua, em determinação e coragem.
Foi nesse momento que um Ser muito iluminado e de aspecto bondoso se aproximou dele e lhe ofereceu amparo. Alchuapa pensou se tratar de um de seus deuses da tradição Inca, mas o Ser lhe disse que veio de outra terra, chamada África.
Alchuapa perguntou quem era ele e o que ele comandava e Ele respondeu:
"Eu sou o Senhor da Morte! Chamam-me de Omulu!"
- E o que o senhor faz nesta terra?
"Trago uma nova crença ao homem e conforto aos filhos da Terra. Venho com outros como eu e nos chamam de Orixás."
- O senhor também exige sacrifícios?
" Não, meu filho, apenas recolho as almas e encaminho a uma nova morada..."
- E que morada é essa?
"É Aruanda, meu filho!"
- Existem outros como o senhor?
"Existem... E há um que é o maior entre todos e que ensina o amor ao próximo. Seu nome é Oxalá e Ele atua na vibração do amor do Criador de Tudo Aquilo que Existe. Eu trabalho para Ele. Venha trabalhar comigo meu filho e eu te ensinarei tudo isso..."
Alchuapa pensou por um momento... Seu espírito estava cansado de peregrinar e ele queria encontrar um caminho que lhe ajudasse a compreender tudo o que lhe havia acontecido.
Então, respondeu: Sim, eu irei, meu Senhor...
E foi assim que Alchuapa iniciou sua jornada espiritual como "Cacique Cobra Preta". Ele atua na Linha das Almas para "extrair" o veneno dos obsessores espirituais que sugam a energia dos encarnados.
Mas, ele também pode trabalhar em todas as Linhas... Durante um passe mediúnico ou uma "puxada espiritual" é possível vê-lo arrancando os fluidos malfazejos da aura da vítima.

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Quem são os Marinheiros na Umbanda Sagrada?

"Salve o Povo do Rio! Salve o Povo do Mar!
Salve o Povo das Águas!
E quem não é do Rio e não é do Mar?
Então, não sabe nadar...
Tenha cuidado, pra não se afogar!"

Os Marinheiros atuam na Linha das Águas, auxiliando as Mães d'Água... E assim como os demais Trabalhadores da Umbanda, existem Entidades de todas as idades (Masculinas, Femininas e Infantis), trabalhando entre o Povo da Marinha. 
Eles realizam passes de cura e descarrego, fluidificando e energizando o médium e a assistência. Incorporam balançando, como se fosse o balanço das Águas... Com muita paciência, alegria e receptividade, eles ajudam no equilíbrio energético do ambiente.
Por isso, durante os Trabalhos de Gira, os Marinheiros gostam de beber e de fumar... Mas, muitas vezes, apenas seguram a garrafa embaixo do braço. Entre as bebidas preferidas está: o Rum, o Conhaque e o Whisky. No passado, essas bebidas eram curtidas em Tonel ou Barril de Carvalho.
A saudação para os Marinheiros é: "Acosta Marinheiro! Ei Marujo... Ei Marujada! Salve os Marinheiros!" Mas, também pode ser usada uma saudação pessoal para a Entidade, como por exemplo: "Salve Senhor Capitão!"


Aqui segue a história de um Marinheiro que foi Marujo em um Navio Mercante Espanhol. Ele viveu no século XVIII e navegou pelos Sete Mares. Seu nome era José Mário Hernandez...
Ele tinha apenas 14 anos de idade, quando foi trabalhar no Mar para alimentar os sete irmãos mais novos. Seu pai tinha sido Capitão e morreu em Alto Mar. E ele, como irmão mais velho, assumiu a responsabilidade de cuidar da família. Por isso, seu soldo (pagamento) era enviado diretamente à família...
Viajando ele aprendeu como funcionava a vida no Mar; conheceu Terras Longínquas, com Culturas diferentes e outros Costumes. Quando iniciou no Navio, achou que não se acostumaria a essa nova vida mas, em pouco tempo, sentiu que o Mar era a sua vida, pois a cada dia havia uma novidade.
José Mário amadureceu, cresceu e tornou-se um homem no Navio. Fez amigos e foi acolhido como um irmão por todos. Num navio os Marujos são muito unidos e se defendem, mas se há algum traidor ele logo é dispensado.
José Mário passou o melhor e o pior de sua vida no mar. Com 27 anos se tornou o imediato do Navio e auxiliava o Capitão em suas tarefas. Como sabia ler e escrever, isso fez toda a diferença na hora de assumir seu posto.
Em uma viagem para a Costa do Marfim, em busca de ouro, o Navio foi atacado por Piratas e saqueadores. A ordem era sempre defender o Navio e a carga, mesmo que isso custasse a vida... E foi com a vida que o Capitão defendeu sua marujada e seu Navio... José Mário assumiu, então, o posto de Capitão e tornou-se o Chefe do Navio e de sua tripulação.
No decorrer dos anos José conheceu o amor de sua vida: uma camponesa que vendia flores no Porto de Marselha. Casaram-se e tiveram dois filhos, um casal. Ele permaneceu no cargo de Capitão por mais de vinte anos!
Em uma noite, ao sul da África, foram atacados por Piratas e traficantes, que se uniram para saquear a carga de pedras preciosas que o Navio transportava. Assim como seu Capitão, José Mário também tombou em combate, para salvar a carga e sua tripulação.
Antes de dar o último suspiro pediu à Rainha das Águas que recolhesse seu corpo e lhe permitisse trabalhar depois de morto, mesmo que fosse em um Navio fantasma. E assim foi, que José tornou-se um Marinheiro no Plano Espiritual e passou a atuar na Umbanda Sagrada.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Sâmia e Samir

Os Ciganos do Deserto!

Sâmia e Samir nasceram em uma nação livre, de um povo nômade e cheio de histórias: os Tuaregues. Os dois nasceram no ano de 1630 no Deserto do Sahara, num dos Oásis próximos à Líbia - o Kufra.
Desde cedo suas famílias se comprometeram em casá-los. Samir, como o seu pai, era um caravaneiro que auxiliava os transportadores de camelos a cruzar o deserto. Sâmia, como sua mãe, era tecelã e fiava a lã dos carneiros para fabricar as roupas das caravanas.
Com a idade de 15 anos eles se casaram. E com 16 anos já tinham seu primeiro filho, uma menina de nome Khadija. A vida deles era simples, constante e calma.
Samir, viajava muito, por todo o Deserto do Saara, desde o Sudão e Egito, até Argélia e Tunísia. Além de transportar camelos, também comercializavam outras mercadorias.
Os caravaneiros ficavam ausentes de casa semanas ou meses, dependendo a distância a percorrer... Alimentavam-se de leite de cabra, carne de carneiro, pães ázimos, tâmaras e damascos.
Sua religião era o Islamismo, mas não debatiam nem se interpunham com qualquer viajante do caminho. Respeitavam os diversos costumes de toda a África Setentrional e Oriental. E eram felizes assim.
Samir e Sâmia tiveram mais 3 filhos: todos meninos (Abdul, Omar e Giafar). Viveram o tempo de verem seus filhos casados e conhecerem seus netos.
Quando o ano de 1700 iniciou, muitos ingleses e franceses começaram a circular pelo Deserto do Saara e muitos conflitos começaram a surgir. Mas, Sâmia e Samir já não pertenciam mais ao deserto. Eles agora estavam no Mundo de Allah...
Após 3 séculos de muitos estudos, Sâmia e Samir começaram a trabalhar no Plano Espiritual, servindo a Umbanda Sagrada como Ciganos do Oriente.
Eles se dedicam a ensinar a paz, a benevolência e a paciência aos seus assistidos. São ótimos conselheiros e bons ouvintes.

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sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Pombagira Sete Ossos da Calunga

A Guardiã do Sétimo Portal das Almas!

Essa guerreira foi uma Amazona da Tribo dos Sármatas e viveu no século V a.C. Era filha da Princesa de sua tribo, com um soldado de Troia.
Ela foi treinada desde cedo para as batalhas. Manejava habilmente o arco e a flecha, a lança e a espada. Era uma campeã em provas de lançamentos de dardos e equitação. Seu nome era Sévera.
A religião do seu povo era o Paganismo, voltada ao xamanismo, com o culto de todos os símbolos da natureza.
Sua raça originou os povos euro-asiáticos e sua crença se tornou a base do Druidismo e do Xamanismo oriental.
Nas guerras, o inimigo era tratado com respeito e lutavam apenas pela sobrevivência de sua aldeia e de seus costumes. Jamais matavam por prazer ou desprezo.
A morte para eles, era uma passagem a uma nova dimensão... E respeitavam isso em todos os momentos.
Aos 21 anos de idade, Sévera foi designada para lutar contra os hunos, em defesa de suas terras. Os hunos eram bárbaros que saqueavam as tribos na tentativa de expandir o seu território.
Ela conseguiu, juntamente com as demais guerreiras e auxiliares de guerra, afastar a invasão de suas terras.
Anos mais tarde, os hunos novamente levantaram-se contra os Sármatas e, dessa vez, Sévera tombou em combate, aos 28 anos de idade. Porém, sua nação ainda permaneceu intacta.
Sévera ocupa hoje um dos Sete Portões da Calunga Maior (o Portal da Morte). É uma dedicada guardiã que trabalha na Linha das Almas, para o Senhor Omulu e a Senhora Oyá.
Ela cuida de todos os espíritos que tombam em combates da vida moderna, como: acidentes, desastres, catástrofes, entre outros.
Ao olhar sua imagem, percebemos uma Pombagira incomum, pois ela se veste como os Exus do Cemitério. Afinal, ela é uma Guardiã!

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Ogun das Sete Espadas Flamejantes

"Eu tenho sete espadas pra me defender...
Eu tenho Ogun em minha companhia!
Ogun é meu Pai, Ogun é meu Guia, Ogun é meu Pai,
Senhor São Jorge, Filho da Virgem Maria!"

Ele é um dos mais temidos Guerreiros da Linha de Ogun! Sua espada é a justiça flamejante que corta todo o mal!
Ele é uma das poucas Entidades que pode descer ao mais baixo umbral e subir ao mais alto astral.
Sua Força e sua Lei são implacáveis com os inimigos visíveis ou invisíveis...
Aqueles que espalham o mal sobre a Terra tremem ao avistar sua presença, porque conhecem a sua força.
Ele atua, principalmente, em regiões onde existem guerras. Porém, atualmente, ele está a serviço da Ordem Imperial Cósmica!
Esse Guerreiro que atende pelo nome de Ogun das Sete Espadas Flamejantes, viveu inúmeras vidas até o século XVIII...
E em todas elas, sem exceção, lutou duramente durante as guerras.
A sua primeira existência, neste Planeta chamado Terra, ocorreu, ainda, nos tempos da proto-história.
Ele foi designado, desde a sua primeira encarnação terrena a cumprir missão como um comandado da Milícia Celeste da Hierarquia Angelical.
Como esse mundo é o Mundo do Caos, da Ruína e da Destruição, por conta dos Espíritos Perdidos que aqui habitam, os emissários do Criador precisam vigiar e orar continuamente.
Nesse propósito assumiram os Príncipes Celestiais para guardar e defender os enviados do Senhor.
Infelizmente, existem as Almas Caídas (Malditas e Malignas) que tentam a todo custo desviar a conduta das criaturas escolhidas.
Para evitar a queda daqueles que cumprem missão na Lei e na Ordem, esse Ogun está sempre de prontidão.
Atento a todas as mudanças, ele age prontamente em qualquer situação!

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Uma Cigana do Oriente e um Ogun de Ronda.

Essa Cigana nasceu no ano de 428, num dos vilarejos próximos a Anatólia, local (hoje) pertencente a Turquia.
Na época, o território já havia passado para as mãos dos Romanos e os Cultos Ancestrais eram realizados às escondidas.
Durante o Quinto Século, aconteceram muitas mudanças na Região e a Anatólia passou a pertencer ao Império do Oriente, no comando da cidade de Constantinopla.
Quando nasceu, essa menina foi batizada com o nome de Yasmed, que quer dizer: "A escolhida dos deuses".
Ela era bela, inteligente e sagaz, e logo foi iniciada nos preceitos da Antiga Religião. Ela seria uma Sacerdotisa do Templo dos Bálcãs.
Cresceu e aprendeu tudo o que a Arte Oculta poderia lhe ensinar... Mas, antes de entrar para a Ordem da Grande Deusa Ishtar, conheceu um Soldado Romano e ambos se apaixonaram...
O soldado Tulio Cesare era filho de um dos Comandantes Reais do Grande Império.
Infelizmente, Sacerdotisas jamais poderiam se casar... E Soldados Romanos eram proibidos de se unirem com moças de outras Etnias.
Então, os dois resolveram fugir para terras distantes, para um país chamado Índia, onde não havia Disputa Religiosa.
Porém, o destino lhes pregou uma peça e ambos foram pegos!
Ela foi confinada no subsolo do Templo em jejum absoluto, sem direito a pão ou água. E ele foi executado como traidor da Pátria.
Ambos morreram separados em nome do amor...
Após desencarnar, Yasmed foi recolhida, estudou e tornou-se uma Entidade à serviço do Povo do Oriente, trabalhando em favor das mulheres que sofrem por amor.
Tulio Cesare, passou a trabalhar na Colônia Espiritual de São Jorge, auxiliando nos Campos de Batalha e nas Guerras que ocorriam por toda a Europa. Ele se tornou um Cavaleiro de Ogun.
Os dois trabalham na umbanda Sagrada e, às vezes, ambos se encontram no Plano Espiritual... 

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Os Sincretismos do mês de Agosto...


Apesar de agosto ser o mês dedicado ao Dia dos Pais, celebrado no segundo domingo do mês, para a Umbanda Sagrada temos três datas especiais nesse mês: Nossa Senhora da Assunção (dia 15), São Roque (dia 16) e São Bartolomeu (dia 24).
Nossa Senhora da Glória, da Guia ou da Assunção é um título que sincretiza com Iemanjá, a Mãe d'Água. Nossa Senhora da Glória é o título concedido à Maria por suas três qualidades de: Imaculada, Assunção e Glorificação. 
Nossa Senhora da Assunção representa muito bem Iemanjá, em toda a sua plenitude... Ela é a Mãe: Doce, Pura e Angelical. Por isso, seu sincretismo se confirma...
São Bartolomeu teve sua pele retirada do corpo, tal como uma cobra, por isso é sincretizado com Oxumaré... Ele é o Senhor do Arco-íris, pois representa a paciência e a mansidão do tempo.
São Roque foi um homem muito doente que gostava de visitar o túmulo dos Apóstolos. Ele andava em trajes de peregrino pelas estradas de Roma, sempre acompanhado de um cachorro... Dizem que ele se curou milagrosamente da peste, por isso, o seu sincretismo com Omulu.
O sincretismo é apenas uma forma para melhor entender as similaridades entre Santos e Orixás... Pois, nos ajuda a compreender aspectos e semelhanças de uns e de outros.
A Umbanda se baseia no sincretismo como forma de aproximar o Orixá do Ser Humano, ajudando na compreensão de sua aparência e de sua energia de atuação.